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Dispositivo com luz detecta cáries no dente antes que elas apareçam

Por| Editado por Luciana Zaramela | 12 de Março de 2022 às 09h00

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Kev Bation/Unsplash
Kev Bation/Unsplash

Pesquisadores norte-americanos trabalham no desenvolvimento de um novo dispositivo que pode identificar cáries antes que elas apareçam. Apelidada de O-pH, a ferramenta detecta condições químicas específicas na boca do paciente, que estão associadas ao surgimento deste tipo de infecção nos dentes.

Publicado na revista científica IEEE Transactions on Biomedical Engineering, o estudo detalha o protótipo do dispositivo que emite uma luz de LED e mede as reações dessa luz (a fluorescência) em um corante químico, já aprovado para uso nos Estados Unidos. A pesquisa é liderada por cientistas da Universidade de Washington.

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Como funciona o dispositivo?

A partir do corante, o dispositivo O-pH analisa a acidez da parte externa dos dentes. Segundo os pesquisadores, quando a região está ácida demais, o risco do paciente desenvolver uma cárie é significativamente maior. Por isso, a tecnologia funciona como uma espécie de teste de acidez.

Responsável por revestir os dentes, a placa dental tem muitas bactérias. Estas "produzem um ácido quando interagem com o açúcar em nossos alimentos”, explica Manuja Sharma, uma das autoras do estudo, em comunicado.

“Esse ácido é o que causa a corrosão da superfície do dente e, eventualmente, as cáries. Então, se conseguirmos capturar informações sobre a atividade e a acidez [da região], podemos ter uma ideia de como as bactérias estão crescendo no biofilme dental”, completa.

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Por enquanto, um desafio para o uso do dispositivo é entender quando a acidez é um sinal de risco ou não. Afinal, nem todas as bactérias são "ruins" e causarão cáries. Por isso, o equipamento é, por enquanto, um alerta para uma possível ameaça à saúde bucal, mas ainda não tem exatidão total para rastrear uma cárie.

Testes para detectar cáries

Para testar o dispositivo, os pesquisadores norte-americanos recrutaram 30 pacientes com idades entre 10 e 18 anos. A ideia era escolher crianças e adolescentes, porque, na maioria desses voluntários, o esmalte dos dentes é muito mais fino que o dos adultos. Nesses casos, receber um alerta de risco para uma cárie pode ser ainda mais vantajoso.

“Precisamos de mais resultados para mostrar o quão eficaz [o dispositivo] é para o diagnóstico, mas definitivamente pode nos ajudar a entender quantitativamente parte da sua saúde bucal”, pontua Sharma. “Também pode ajudar a educar os pacientes sobre os efeitos do açúcar na química da placa. Podemos mostrar, ao vivo, o que acontece, e essa é uma experiência que eles lembrarão e dirão: OK, tudo bem, preciso reduzir o açúcar!”, completa.

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Fonte: IEEE Transactions on Biomedical Engineering e Universidade de Washington