Cientistas criaram esmalte dental mais resistente que o natural
Por Fidel Forato • Editado por Luciana Zaramela |
Uma equipe de cientistas chineses desenvolveu um esmalte sintético que é considerado mais forte e mais resistente do que esmalte natural dos dentes humanos. No futuro, a ideia é usar a tecnologia para prevenir inúmeros problemas da saúde bucal, como as cáries e a sensibilidade dentária.
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Publicado na revista Science, o estudo foi realizado por pesquisadores da Fundação Nacional de Ciências Naturais da China. Para obter esse esmalte dentário turbinado, a equipe usou nanofios de hidroxiapatita. Traduzindo, este é o cálcio naturalmente encontrado nos ossos e nos próprios dentes.
"O esmalte do dente artificial foi projetado para imitar de perto a composição do material natural, copiando as formas e tamanhos dos componentes encontrados biologicamente e a organização de suas interfaces", explicam os autores do estudo. Inclusive, a tecnologia simula a dureza do esmalte real e mantém a viscoelasticidade.
Qual a função do esmalte do dente?
"O esmalte dos dentes é uma fina camada externa dos nossos dentes e é o material biológico mais duro do corpo humano", contam os autores do estudo. Além de ser a parte visível, o esmalte é uma das principais estruturas do dente e atua "protegendo" a dentina, que dá cor ao dente, e a polpa, onde estão vasos e nervos, considerada muito mais sensível.
Em outras palavras, a função do esmalte é, basicamente, a proteção e, por isso, tecnologias que podem ampliar sua capacidade de ação tendem a melhorar a saúde bucal como um todo. Vale lembrar também que o esmalte se desgasta naturalmente com o passar dos anos.
Aplicações do esmalte sintético
No estudo, os pesquisadores chineses revestiram, além dos dentes, diferentes materiais com o esmalte sintético. Por ser teoricamente aceito pelo organismo, pode ser usado também na proteção de marca-passos ou de ossos quebrados e trincados. Todas essas possíveis funções tornam a invenção comercialmente viável, segundo a equipe.
No entanto, o produto ainda não está pronto para o uso humano e precisa passar por inúmeros testes, incluindo pesquisas clínicas em que o material será, de fato, avaliado nos dentes de pessoas, por exemplo.
Fonte: Science