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Desequilíbrio no intestino pode causar Parkinson, segundo estudos brasileiros
Dois artigos científicos brasileiros publicados recentemente sugerem que um desequilíbrio no intestino pode influenciar no desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, especialmente Parkinson. Segundo as descobertas, a condição pode se originar mais cedo no sistema nervoso entérico — responsável por controlar a motilidade do trato gastrointestinal — antes de avançar para o cérebro.
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O primeiro artigo foi desenvolvido pela equipe do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), de Campinas, e publicado no último mês na revista iScience. Enquanto isso, o segundo artigo foi publicado na Scientific Reports, e realizado sob apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Os grupos apontam que a disbiose intestinal (uma condição clínica que acontece quando a microbiota intestinal está sofrendo algum desequilíbrio de bactérias) costuma ser notada com frequência nos pacientes diagnosticados com Parkinson.
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Conforme os trabalhos indicam, algumas células do intestino possuem uma proteína chamada a-sinucleína, que tem uma relação direta com o Parkinson. Essas células se conectam por sinapse com os neurônios, e com isso, formam um circuito neural entre o trato gastrointestinal e o sistema nervoso entérico, o que pode desencadear a condição neurodegenerativa.
Os cientistas analisaram uma bactéria específica chamada Akkermansia muciniphila, capaz de agregar a proteína a-sinucleína nas células do intestino. Perceberam, então, que quando as células intestinais foram cultivadas juntamente com neurônios, a proteína a-sinucleína poderia ser transferida de um tipo celular para outro.
Em outras palavras, essa proteína pode então migrar para o sistema nervoso central, configurando um possível mecanismo de surgimento da doença de Parkinson.
Fonte: iScience, Scientific Reports
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