Denisovanos tornaram humanos resistentes ao frio e suscetíveis a doenças mentais
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 02 de Novembro de 2023 às 14h58
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Um estudo publicado na revista PLOS Genetics no último mês de setembro apontou que os denisovanos tiveram diversos impactos ao nosso DNA, tornando os humanos mais resistentes ao frio, mas ao mesmo tempo mais vulneráveis a condições relacionadas à saúde mental, como a esquizofrenia.
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Os denisovanos são uma espécie de hominídeos extintos, parentes próximos dos neandertais e dos seres humanos modernos (Homo sapiens). O nome "denisovanos" deriva do local onde foram identificados pela primeira vez, a Caverna de Denisova, nas montanhas de Altai, na Rússia. Em 2022, o dente de uma possível menina denisovana de até 160 mil anos foi encontrado no Laos.
Ao examinar a composição genética de 26 populações atuais e cruzá-las com os genomas dos nossos primos extintos, os autores do estudo descobriram uma variante particular de um gene chamado SLC30A9, que parece ter sido obtido como resultado direto do acasalamento com denisovanos.
A variante não aparece no genoma do Neandertal, descartando assim esta espécie como fonte do gene. O grupo afirma que a mudança foi benéfica e revelou-se uma vantagem seletiva para os humanos.
Denisovanos e nosso DNA
Para examinar como a variante dos Denisovanos afecta a fisiologia do humano moderno, a equipe introduziu este DNA em células renais embrionárias e reparo na alteração da quantidade de zinco que entrou em estruturas celulares chave, como as mitocôndrias e o retículo endoplasmático. Isso levou a alterações no metabolismo.
Os autores do estudo suspeitam que a variante genética herdada dos denisovanos pode ter ajudado o na adaptação ao frio. No entanto, como os desequilíbrios do zinco podem causar distúrbios neurológicos, é possível que o DNA que os nossos antepassados adquiriram quando se relacionaram com outras espécies humanas também tenha deixado uma marca na nossa saúde mental.
Fonte: PLOS Genetics