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De onde vem o mercúrio e por que devemos nos preocupar com ele

Por| Editado por Luciana Zaramela | 29 de Janeiro de 2023 às 10h00

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Statuska/Envato
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O mercúrio é um metal pesado, conhecido por ser altamente tóxico à saúde humana e de outros animais. Apesar disso, estamos expostos a pequenos ou maiores níveis deste elemento, dependendo dos nossos hábitos. Afinal, esse metal pode ser encontrado até nos alimentos, como peixes, considerados saudáveis para o consumo. O problema costuma ser a quantidade.

Em caso de inalação ou ingestão de grandes quantidades de mercúrio, o risco de vida para o indivíduo é alto. Isso porque o metal causa danos neurológicos. Inicialmente, os sintomas mais comuns são: tremores, insônia, perda de memória, dores de cabeça e fraqueza muscular. No entanto, a exposição pode causar danos permanentes no organismo ou ainda provocar a morte.

Embora bastante grave, o risco não é apenas para os seres vivos. Caso o solo seja exposto a muito mercúrio, ele tende a ficar pobre e infértil. Em caso de contaminação das águas, isso poder gerar a morte de diferentes espécies da fauna aquática e, quando atinge lençóis freáticos, torna o consumo impróprio. Basicamente, todo o ecossistema é comprometido.

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A seguir, confira as cinco formas mais comuns de ser exposto ao mercúrio que ameça tanto a saúde humana quanto o planeta Terra, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unep):

1. Consumo de peixes

Entre as formas mais comuns de exposição ao mercúrio, está o consumo de peixes ou frutos-do-mar contaminados. "Como o mercúrio se 'acumula' na cadeia alimentar, os peixes maiores, como tubarão, espadarte, atum e espadim, tendem a ser especialmente ricos em mercúrio", explica o Unep. No Brasil, cação pode apresentar altas concentrações do metal pesado.

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2. Cosméticos e produtos de beleza

Embora os riscos do mercúrio sejam bastante conhecidos, o metal ainda é usado em cosméticos e produtos de beleza, especialmente em cremes para clarear a pele e itens de limpeza. No entanto, alguns países já possuem leis rígidas para proibir o uso deste tipo de substância na composição. No Brasil, o uso não é mais permitido.

3. Garimpo

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Para separar o ouro do cascalho de forma barata, garimpos de pequena escala ou ilegais usam o mercúrio, o que coloca em risco todo o ecossistema de uma região — afinal, o metal contamina tanto o solo quanto os rios e lençóis freáticos, como é observado na Amazônia —, além da vida desses trabalhadores e comunidades próximas (indígenas). Entre esses indivíduos, há risco de envenenamento por mercúrio.

4. Queima de carvão

Outra forma de liberação de mercúrio está na queima de carvão. "A Avaliação Global do Mercúrio de 2018 concluiu que a queima de carvão e outras formas de combustão de combustíveis fósseis e biomassa foram responsáveis por cerca de 24% das emissões globais desse elemento", afirma o Unep.

Embora este não seja o caso do Brasil, que tem uma matriz energética baseada em hidrelétricas — fonte renovável e limpa —, a queima de carvão é recorrente em muitos países. Com a Guerra na Ucrânia e os bloqueios na distribuição de gás, muitos países europeus privilegiaram esta fonte altamente poluente de energia nos últimos meses.

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5. Amálgama dentário e termômetros

Além de todos os focos de exposição já citados, o mercúrio pode estar em locais mais discretos e quase imperceptíveis, como na boca das pessoas. Isso porque o uso é relativamente comum na restauração de dentes, através do amálgama dentário. Os termômetros mais antigos também usam o metal pesado na composição. Embora estes dois usos estejam em declínio e dificilmente trarão risco à saúde em pequenas quantidades, demonstram que a exposição ao elemento é muito mais comum do que se imagina.

Fonte: Unep