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Cutucar o nariz aumenta o risco de contrair covid-19?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 07 de Agosto de 2023 às 11h21

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twenty20photos/envato
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Roer unhas, ter barba, cutucar o nariz ou usar óculos aumentam o risco de uma pessoa contrair covid-19? Segundo pesquisadores da Universidade Livre de Amsterdã, nos Países Baixos, apenas um destes quatro comportamentos é nocivo em relação ao coronavírus SAR-CoV-2: levar o dedo sujo e com potenciais agentes infecciosos até o nariz.

É o que revela estudo que analisou os hábitos de enfermeiros de um centro médico holandês durante o primeiro ano da pandemia da covid-19 (2020). No total, 219 profissionais de saúde foram acompanhados na pesquisa publicada na revista científica PLoS One.

A descoberta do estudo é interessante, já que, entre as medidas de proteção, a maioria das autoridades reforçou mensagens, como “use máscaras”, “lave as mãos” e “passe álcool em gel”. Só que uma mensagem tão clara quanto “não cutuque o nariz” não foi reforçada. Às vezes, o óbvio precisa ser lembrado.

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Estudo reforça o risco de cutucar o nariz

No estudo que descobriu o que aumenta o risco de contrair a covid-19, os pesquisadores avaliaram diferentes fontes de informações, como os exames regulares que a equipe profissional do centro médico realizava como norma de segurança. Também pediu para que os voluntários respondessem um questionário sobre os seus hábitos no ano seguinte, em 2021.

Dos 219 adultos que completaram a pesquisa, quase 85% disseram que cutucavam o nariz diária, semanal ou mensalmente — o que indica uma taxa (de sinceridade) bastante elevada. Estas pessoas eram, na maioria, jovens e do sexo masculino.

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Segundo os autores, aqueles que cutucam o nariz tinham 17,3% de chance de serem infectados pelo SARS-CoV-2, em comparação com 5,9% daqueles sem o hábito. Em outras palavras, o risco de infecção é quase o triplo entre os dois grupos.

Para além de cutucar o nariz, "não foi observada associação entre roer unhas, usar óculos ou ter barba e a incidência de infecção por SARS-CoV-2”, afirmam os autores no artigo.

Apesar das descobertas, é preciso fazer algumas considerações sobre o estudo. Por exemplo, a pesquisa foi desenvolvida antes do desenvolvimento de vacinas, o que pode alterar a probabilidade de infecção. Além disso, na época, as variantes de risco ainda não tinham grande circulação, como a Ômicron, consideradas mais transmissíveis.

Pense antes de cutucar o nariz

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O atual estudo observou o risco aumentado para a covid-19 entre aqueles que cutucam o nariz. A questão é que esta não é a primeira pesquisa a associar esse hábito “nojento” com a probabilidade aumentada para alguma doença.

Em experimentos com roedores, pesquisadores australianos associaram o comportamento com o risco aumentado para a doença de Alzheimer. Só que, neste caso, a relação não é tão direta. Ao cutucar o nariz, a cobaia se expõe mais facilmente a uma ampla gama de bactérias, como a Chlamydia pneumoniae. Esta pode chegar ao sistema nervoso central e desencadear processos relacionados com o declínio cognitivo do cérebro.

Fonte: PLoS ONE