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Covid: tomar dose de reforço com vacina diferente oferece proteção de até 86%

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Davidpereiras/Envato Elements
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Para obter o melhor nível de proteção contra o coronavírus SARS-CoV-2, a pessoa deve tomar a dose de reforço com uma vacina diferente da covid-19 que a usada anteriormente no esquema primário (2 doses). É o que orienta um recente estudo que mediu os níveis de proteção em pessoas que tomaram duas doses da CoronaVac (tecnologia de vírus inativado) e uma dose da Pfizer (tecnologia de mRNA).

Publicado na revista científica Nature Communications, o estudo que comprovou o fato de que a terceira dose da vacina da covid é mais efetiva em caso de imunização heteróloga foi desenvolvido a partir de dados coletados no Brasil. Participaram da investigação pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal).

Anteriormente, diferentes estudos já indicavam o efeito maior da proteção contra a covid ao se misturar as tecnologias envolvidas na hora da vacinação. No entanto, estas pesquisas focavam mais na tecnologia do mRNA, como os imunizantes da Pfizer e da Moderna, ou ainda na do vetor viral, como o de Oxford/AstraZeneca, deixando de lado as fórmulas que usavam vírus inativados, como a Coronavac.

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Qual é a proteção de quem toma a dose de reforço com a mesma vacina que já foi vacinado?

No estudo sobre a dose de reforço diferente que as anteriores, a equipe de pesquisadores conseguiu incluir quase 1,4 milhão de voluntários que estavam imunizados. Os dados foram coletados entre dezembro de 2021 e abril de 2022, período em que a variante Ômicron (BA.1) já era predominante no Brasil.

Segundo os autores, as pessoas que tomaram apenas duas doses da CoronaVac não tinham proteção contra as formas leves da Ômicron. Para casos graves, o nível de imunidade contra a covid-19 era estimado entre 40% e 50%.

Agora, ao receber uma terceira dose da CoronVac, os indicadores melhoravam em alguns aspectos. Para casos leves, nenhuma proteção adicional foi observada. No entanto, o nível de imunidade para a covid grave chegou a 74% para pessoas com menos de 75 anos. Entre os mais velhos (mais de 76 anos), a proteção fornecida contra formas graves oscilou entre 40% e 50%. Por fim, a proteção já começava a diminuir gradualmente antes de completar quatro meses.

Qual a efetividade da dose de reforço com vacina diferente?

Quando os pesquisadores testaram o esquema inicial com duas doses da CoronaVac e um reforço da Pfizer, a imunidade melhorou significativamente nestes indivíduos. Para formas sintomáticas (leves) da covid, a proteção medida foi de 56,8%. A proteção chegou a 86% contra os casos graves da doença. Além disso, o elevado nível de imunidade pareceu perdurar por pelo menos quatro meses.

Vale seguir a recomendação de vacinação heteróloga?

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Segundo os autores do estudo, a descoberta de que a vacinação heteróloga é a melhor alternativa para se proteger contra a covid deve guiar novas políticas públicas. “O ponto forte do nosso estudo observacional é o grande tamanho da amostragem e da amplitude geográfica, cobrindo cada um dos 5.570 municípios no país”, explica Julio Croda, pesquisador da Fiocruz e da Yale School of Public Health, em comunicado.

Vele lembrar que, segundo o Consórcio de veículos de imprensa, 48,6% da população brasileira já recebeu a primeira dose do reforço. Quando se analisa apenas aqueles que têm 18 anos ou mais, a porcentagem sobe para 64,6%. Estes dados são obtidos através das secretarias estaduais de Saúde.

Fonte: Nature CommunicationsAgência Fiocruz e G1