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COVID-19 | Vermífugo nitazoxanida pode auxiliar no tratamento, diz governo

Por| 19 de Outubro de 2020 às 21h20

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HeungSoon/Pixabay
HeungSoon/Pixabay

Em esforços contra a COVID-19, pesquisadores brasileiros lideram uma série de estudos com potenciais vacinas e remédios para combater infecções do novo coronavírus (SARS-CoV-2). Nesta segunda-feira (19), o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Pontes, defendeu que o vermífugo nitazoxanida pode ser um aliado no tratamento precoce da doença, a partir de resultados de uma pesquisa coordenada pela pasta.

"Nós temos agora um medicamento comprovado cientificamente que é capaz de reduzir a carga viral. Com essa redução da carga viral, significa que reduz o contágio. As pessoas que tomam o medicamento assim que fazem o teste diagnóstico e descobrem que estão com COVID-19, toma o medicamento nos primeiros dias, essa pessoa contamina menos outras pessoas. E mais, diminui a probabilidade de essa pessoa aumentar os sintomas, ir para o hospital e falecer", afirmou o ministro Pontes.

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De acordo com o governo, os testes clínicos com voluntários mostraram que o medicamento contra vermes reduziu a carga viral de pacientes com a COVID-19, quando foi tomado em até três dias depois do início dos sintomas. Por enquanto, não se sabe qual foi o percentual de eficácia do medicamento e nem a diferença observada no quadro de pacientes que não o receberam.

Isso porque ainda não foram compartilhados, de forma pública, os resultados do estudo com o vermífugo nitazoxanida. Em resposta a essa questão, a pasta alega que o trabalho foi submetido para a análise de uma revista científica e, por esse motivo, não podem ainda compartilhar os detalhes do estudo.

Pesquisa com vermífugo 

Segundo o ministro Pontes, mais de 1,5 mil voluntários de sete cidades do Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro participaram do estudo clínico com o vermífugo nitazoxanida. No entanto, não foram todos os participantes que receberam o antiparasitário. Isso porque um grupo foi medicado com a nitazoxanida e o outro tomou um placebo.

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“Ele [nitazoxanida] é de baixo custo, não tem efeitos colaterais importantes” afirmou Pontes. “A nitazoxanida não pode ser usada para fazer prevenção [da Covid-19]”, ressaltou o ministro durante o evento. Além dele, a coordenadora geral do estudo, Patrícia Rieken Macedo Rocco, chefe do Laboratório de Investigação Pulmonar do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF) da UFRJ, afirmou: “Houve uma redução significativa da carga viral neste grupo”.

Nitazoxanida e COVID-19?

No Brasil, a nitazoxanida é um medicamento conhecido pelos nomes comerciais de Azox e Annita e é, normalmente, receitado como parte do grupo dos antiparasitários e vermífugos. Entretanto, é conhecido que esse remédio também tem uma ação antiviral e, por isso, pode ser receitado em casos de alguns rotavírus.

Nitazoxanida é discutida há meses no Brasil para o combate da COVID-19. Nesse cenário, a droga passou a ser vendida apenas com prescrição médica em abril deste ano para evitar uma onda de automedicação. Só que uma decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em setembro, retirou a exigência de retenção da receita.

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Mesmo com o anúncio do governo, o uso do medicamento contra a COVID-19 apresenta algumas polêmicas. Isso porque o Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP publicou um estudo, em setembro, onde se verificou que a fórmula da nitazoxanida tem atividade antiviral in vitro contra o coronavírus, mas não seria eficaz no tratamento humano.

Fonte: Agência Brasil, R7, Jornal da USP e G1