COVID-19 | Vacinação começa nesta segunda em todo o país
Por Felipe Demartini |

A campanha de vacinação contra a Covid-19 em todo o país deve começar ainda nesta segunda-feira (18), a partir das 17h. O anúncio foi feito pelo ministro da saúde Eduardo Pazuello nesta manhã, em evento que marcou o início da distribuição das doses da CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, em São Paulo (SP), para todos os estados da federação.
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O início das aplicações em escala federal acontece pouco mais de 24 horas após a aprovação do imunizante pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que aprovou o uso emergencial da vacina neste domingo (17). Horas após a divulgação do resultado pelo órgão, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), realizou a primeira aplicação do imunizante em uma brasileira, a enfermeira Mônica Calazans, do Hospital das Clínicas. Pouco mais de 100 pessoas já foram vacinadas na capital paulista.
Originalmente, a campanha nacional de vacinação contra o coronavírus estava marcada para começar na quarta-feira (20), mas Pazuello atendeu aos governadores que solicitaram uma antecipação para esta segunda. Segundo o ministro da saúde, o horário das 17h foi escolhido para garantir que todos os estados recebam as doses e possam garantir a distribuição para os municípios, enquanto as primeiras localidades a obterem a vacina já poderão iniciar a imunização da população.
No evento que marcou o início do envio das vacinas, no centro de logística do Ministério da Saúde em Guarulhos (SP), Pazuello expressou solidariedade aos familiares das mais de 200 mil vítimas brasileiras do coronavírus e afirmou que este é o primeiro passo para a maior campanha de vacinação do mundo. O primeiro avião a decolar tem como destino o estado de Goiás e, depois, o Piauí.
No total, serão 4,63 milhões de doses distribuídas aos estados, que são os responsáveis pela divisão e distribuição aos municípios. Mais 1,3 milhão de vacinas ficam em São Paulo, para a campanha de imunização do estado, totalizando as seis milhões de unidades que foram acordadas entre o governo federal e o Instituto Butantan.
Confira a divisão de doses por estado, de acordo com os números oficiais do Ministério da Saúde:
- Acre - 13.840
- Alagoas - 71.080
- Amapá - 15.000
- Amazonas - 69.880
- Bahia - 319.520
- Ceará - 186.720
- Distrito Federal - 105.960
- Espírito Santo - 95.440
- Goiás - 182.400
- Maranhão - 123.040
- Mato Grosso - 65.760
- Mato Grosso do Sul - 61.760
- Minas Gerais - 561.120
- Pará - 124.560
- Paraíba - 92.960
- Paraná - 242.880
- Pernambuco - 215.280
- Piauí - 61.160
- Rio de Janeiro - 487.520
- Rio Grande do Norte - 82.440
- Rio Grande do Sul - 311.680
- Rondônia - 33.040
- Roraima - 10.360
- Santa Catarina - 126.560
- São Paulo - 1.349.200
- Sergipe - 48.360
- Tocantins - 29.840
Novas remessas
Segundo Pazuello, outras 2,9 milhões de doses da CoronaVac devem ser disponibilizadas ao governo federal até o final do mês de janeiro. Segundo o Instituto Butantan, o trabalho de produção dos imunizantes acontece 24 horas por dia, com uma equipe que foi ampliada em mais de 50%, com mais de 120 funcionários trabalhando exclusivamente com a vacina — a expectativa é atingir uma capacidade diária de um milhão de doses fabricadas por dia.
Além disso, neste domingo, a Anvisa também aprovou o uso emergencial da chamada vacina de Oxford, que é produzida em parceria com a empresa farmacêutica AstraZeneca. As primeiras duas milhões de doses acordadas entre o governo federal e o Instituto Serum, da Índia, são motivo de informações desencontradas — enquanto a fabricante afirma que as unidades serão enviadas em duas semanas, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) indicou que o avião que fará a remessa deve partir para o país ainda nesta semana.
Sobre isso, o Ministério da Saúde afirma seguir lidando diplomaticamente com a Índia para definir a data de liberação dos imunizantes e a chegada das vacinas com a máxima brevidade. Segundo informações da imprensa, o envio das doses foi adiado sob temores de uma crise política no país estrangeiro, pois as unidades seriam enviadas ao Brasil antes mesmo do início das aplicações na população local.