Publicidade

COVID-19 | Pesquisadores tentam decifrar a ação do novo coronavírus em grávidas

Por| 16 de Julho de 2020 às 07h05

Link copiado!

Reprodução
Reprodução

Ainda há muitas dúvidas sobre o novo coronavírus, causador da doença COVID-19, e suas consequências no organismo. Uma das questões que ainda precisam de solução está relacionada à gravidez, como se uma mulher grávida pode passar o vírus para o bebê ainda durante a gestação.

Cientistas do mundo todo estão trabalhando nessa investigação desde o início da pandemia, segundo Sonja Rasmussen, pediatra da Universidade da Flórida e epidemiologista. "As pessoas estão trabalhando intensamente para entender os efeitos da COVID-19 (em mulheres grávidas e seus bebês), então eu acho que teremos informações em breve", diz a médica.

Ainda de acordo com Rasmussen, o que foi descoberto até agora é que mulheres grávidas são prováveis a apresentar casos mais agravados de COVID-19 se infectadas, necessitando do auxílio respiratório na UTI. Em um estudo publicado em junho no British Medical Journal, pesquisadores britânicos tiveram algumas conclusões preliminares sobre as consequências das doenças no bebê. "Eles observaram uma taxa alta de nascimentos prematuros e muitos bebês sendo admitidos na UTI neonatal", conta a profissional.

Continua após a publicidade

Muita pesquisa ainda precisa ser feita, então esses resultados não podem ainda ser considerados como definitivos. A questão que mais aflige ainda não teve resposta: se uma mulher grávida pode passar o SARS-CoV-2 para o feto antes do nascimento, através da placenta, o que pode acontecer com outros tipos de vírus. Na sexta-feira (10), um artigo publicado no The Pediatric Infectious Disease Journal relatou uma forte evidência, mesmo que inconclusiva, de uma bebê que testou positivo para a COVID-19 dois dias após o nascimento.

O que poderia ajudar a determinar se a contaminação aconteceu dentro do útero ou somente depois do nascimento seria testar o fluido amniótico do útero, ou ainda conduzir exames de sangue no bebê assim que ele nascesse. David Schwartz, patologista da Augusta University, no estado norte-americano da Geórgia, que também estuda gravidez e doenças infecciosas, o estudo citado acima é consistente com a infecção fetal intrauterina.

Mesmo assim, o profissional também acredita que são respostas inconclusivas, uma vez que os pesquisadores chegaram a analisar a placenta e encontraram evidências do SARS-CoV-2,o que pode significar que a transmissão aconteceu, de fato, desta forma. Rasmussen conta que outra questão que vem sendo estudada é se o vírus pode infectar os bebês pela placenta ainda no início do desenvolvimento do feto, o que poderia provocar problemas de formação.

Continua após a publicidade

A médica diz que, até o momento, não há nenhuma evidência de que isso tenha acontecido, mas que mesmo assim não significa que não possa existir um número pequeno de casos. Ela alerta ainda que mesmo que o novo coronavírus não atravesse a placenta, a contaminação da mãe pela doença pode resultar no nascimento prematuro, o que já é prejudicial ao bebê por si só.

Enquanto não saem respostas definitivas, a recomendação dos médicos e pesquisadores é que mulheres grávidas continuem evitando a contaminação pelo novo coronavírus a todo custo, sempre utilizando máscaras quando precisar sair de casa e higienizando bem as mãos. Além disso, eles dizem que não se deve sentir medo de ir ao hospital ou contatar os médicos sempre que necessário durante a gravidez.

Fonte: Popular Science