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COVID-19 no BR: quase metade dos testes foram feitos em 5 laboratórios privados

Por| 28 de Maio de 2020 às 16h26

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Reprodução/Vice
Reprodução/Vice

O Brasil registra mais de 400 mil casos do novo coronavírus (SARS-CoV-2) e mais de 25 mil pessoas morreram em decorrência da COVID-19. Nesse cenário, o Ministério da Saúde divulgou na terça-feira (26) que o país realizou cerca de 871.839 mil exames para diagnosticar a infecção respiratória (excluindo os testes rápidos). Desse total, quase a metade foi realizada em cinco laboratórios da rede privada. Isso significa que ao menos 411.737 testes (o equivalente a 47,2% das testagens) foram feitos em clínicas particulares.

Ainda segundo a pasta, o Sistema Único de Saúde (SUS) realizou outros 460.102 exames do tipo PCR – método de análise que identifica a presença ativa desse coronavírus no corpo. Dessa maneira, o Brasil realizou cerca de 4.252 exames do tipo PCR a cada 1 milhão de habitantes.

"O Brasil está conseguindo alcançar um certo nível de testagens, não ainda o ideal, mas um nível adequado de testagens", afirmou Eduardo Macário, secretário substituto de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, durante coletiva de imprensa.

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O secretário considera que "boa parte dos casos suspeitos", ou seja, aqueles que dão entrada nas unidades de saúde do Brasil, são testados. De acordo com as informações da pasta, pelo menos 27% dos testes aplicados para COVID-19, no país, têm resultado positivo para a presença do coronavírus.

Questão da amostragem

Para o professor de microbiologia da Universidade de São Paulo (USP) Daniel Lahr, o baixo número de testes dificulta uma resposta organizada a epidemia da COVID-19 e ainda pode trazer uma amostragem incorreta da população infectada. "Se os diagnósticos ficarem concentrados em uma região ou classe social pode dar um falso entendimento de que a curva da epidemia esteja descendente enquanto casos não testados, que não chegam a buscar tratamento avançam em zonas menos atendidas", explicou o pesquisador para ao G1.

Lahr ressalta que a divisão entre os números de testes realizados na rede privada e na rede pública podem estar relacionada com a trajetória da COVID-19 no Brasil, Isso porque, no primeiro momento, foi mais presente em populações mais ricas que tendem a usar os serviços privados de saúde, como as pessoas que viajaram para o exterior e voltaram contaminadas pelo coronavírus.

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O pesquisador da USP reforçou também que o baixo número de testes realizados no país dificulta entender a "verdadeira dimensão da doença". Afinal, é a partir dos resultados para a COVID-19 que se pode determinar uma resposta adequada à doença, desenvolver políticas públicas e fazer projeções das curvas da epidemia.

Tipos de exame

Para verificar a existência do novo coronavírus no organismo de uma pessoa, existem dois principais tipos de testes para esse diagnóstico. Um deles é o PCR, no qual se usa um cotonete chamado swab para coletar amostras da boca ou do nariz do paciente. Após essa coleta das vias respiratórios, a amostra deve ser examinada em laboratório e um teste verifica a presença do vírus. Tudo isso é feito em cerca de, pelo menos, quatro horas.

Até o momento, o PCR é considerado o melhor tipo de exame para se diagnosticar a COVID-19. Isso porque pode detectar o novo coronavírus ainda no início da infecção no organismo. É importante entender também que sua análise é feita para encontrar o material genético do vírus e, por isso, é difícil que a pessoa receba um resultado errado.

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Há também os testes de anticorpos, conhecidos pela expressão de testes rápidos. Mais fáceis de fazer, basta uma picada no dedo da pessoa testada para a coleta da amostra de sangue. A amostra é então misturada com um reagente, para em alguns minutos, apontar ou não a presença de anticorpos para o vírus. Esse método, visualmente, é bem similar a do teste de gravidez. Caso aponte para a presença dos anticorpos, significa que a pessoa já foi infectada pelo coronavírus.

Fonte: G1