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COVID-19 | Florianópolis comemora um mês sem mortes; descubra o que foi feito

Por| 05 de Junho de 2020 às 20h40

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Reprodução: Prefeitura de Florianópolis
Reprodução: Prefeitura de Florianópolis

A capital de Santa Catarina vem conseguindo contornar o número de contaminações pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), tornando-se um exemplo para o restante do país. Nesta sexta-feira (5), Florianópolis comemorou a conquista de um mês sem mortes pela COVID-19, com os últimos sete óbitos registrados no dia 4 de maio.

A cidade conta com 500 mil habitantes e tem a sua taxa de transmissão do vírus baixa, com apenas 814 casos da doença. O município cumpriu as medidas de isolamento social desde o início. O prefeito Gean Loureiro contou ao jornal O Estado de Minas que o primeiro decreto para o confinamento aconteceu já no dia 13 de março, sendo uma das primeiras capitais brasileiras a realizar essa ação. "Tivemos praticamente uma quarentena estabelecida em nossa cidade", completa.

As medidas de prevenção chegaram também rapidamente ao Aeroporto Internacional de Florianópolis, o Hercílio Luz, com a instalação de barreiras sanitárias e a aplicação de protocolos no desembarque. Ao chegar no local, passageiros são submetidos a um teste da COVID-19 e recebem instruções para permanecerem em casa por, ao menos, sete dias. Quem está com os sintomas da doença precisa ficar isolado na sua residência por 14 dias.

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Além disso, Florianópolis aumentou a quantidade de testes feitos na população com a compra antecipada de exames. Com isso, foi possível identificar pessoas contaminadas precocemente, disponibilizando o tratamento adequado antes de chegar em estado grave; e todos os contatos feitos pelos infectados nos sete dias anteriores foram avaliados.

Também faz parte da estratégia da cidade monitorar o deslocamento das pessoas, multar pelo descumprimento de regras sanitárias, identificar as redes de contato daqueles que testaram positivo e criar um serviço de telemedicina. Cerca de 60 mil pessoas foram atendidas pelo recurso (12% da população da capital), prevenindo que cerca de 10 mil idosos fossem às unidades de saúde e corressem o risco de serem contaminados.

A prefeitura disparou mais de 20 mil mensagens de texto para a população informando quando existiam casos próximos, mostrando a todos que a doença estava mais perto do que imaginavam. Com o resultado positivo das medidas, o comércio da cidade começou a reabrir no dia 20 de abril e, segundo as autoridades locais, o município ainda está em fase de risco moderado. Portanto, regras de limite de atendimento, espaço de quatro metros quadrados entre as pessoas e o uso de máscaras são obrigatórias.

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Transporte coletivo vai retornar com nova testagem

Loureiro explicou que as medidas aplicadas em Florianópolis levaram em conta um artigo publicado na Universidade de Stanford chamado "The Hammer and the Dance" ("O Martelo e a Dança", em tradução livre). "Você dá a martelada, que é praticamente uma quarentena geral. Nosso R0, que é o fator de transmissão, estava em 3,7 e caiu para 1,2. Mantivemos o isolamento. Hoje, é 0,89, com oscilação de 0,2 para cima ou para baixo. Isso significa que uma pessoa transmite para menos de uma pessoa. E a gente controla essa dança (reabertura da cidade)", explica o prefeito.

O próximo passo vai acontecer no próximo dia 17, com o retorno do transporte coletivo municipal, fechado há quase três meses. Todos os trabalhadores passarão por testagem e treinamentos, com as normas envolvendo ampliação da frota, lotação máxima de assentos de apenas 40% da capacidade, proibição do pagamento em dinheiro, uso obrigatório de máscaras, monitoramento e disponibilização de álcool em gel.

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Para evitar aglomerações em ônibus e terminais, a prefeitura dividiu a atividade econômica da cidade em oito grupos, definindo períodos específicos de funcionamento para cada um, evitando assim a superlotação nos horários de pico. Permanecerão suspensas, no entanto, as linhas intermunicipal, interestadual e internacional e transportes fretados. O prefeito explica ainda que todos os passageiros deverão fazer um registro, via QR Code em seus smartphones, antes de começar uma viagem.

"Se tiver alguma pessoa contaminada, vamos saber todos os que estavam dentro do ônibus e ter condição de chamar todos para fazerem o teste e ver se houve alguma transmissão naquele momento", conta Loureiro, afirmando que vem passando por uma grande pressão do setor empresarial.

"Imagine todo o transporte coletivo funcionando e o nosso só abrindo no dia 17, com o comerciante dizendo que não tem cliente para comprar porque não tem ônibus para levar até o centro da cidade. É natural que se tenha uma pressão", diz Loureiro. Para o prefeito, a pressão é "até legítima", mas ele destaca que o seu papel é avaliar tudo isso dentro de um quadro técnico.

Fonte: Correio Braziliense