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CoronaVac cria anticorpos em 97% dos voluntários, segundo estudo

Por| 19 de Novembro de 2020 às 17h42

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 Karolina Grabowska / Pexels
Karolina Grabowska / Pexels

A candidata à vacina contra a COVID-19 CoronaVac produziu anticorpos em 97% dos voluntários saudáveis testados e é segura, de acordo com um estudo publicado na última terça-feira (17) na revista especializada The Lancet Infectious Diseases. Na publicação, os resultados das fases 1 e 2 mostram que o nível de anticorpos gerados é menor do que em pessoas recuperadas da doença.

Atualmente, a vacina, que é fabricada pela empresa chinesa Sinovac, encontra-se na fase 3 de testes em diversas regiões do Brasil, em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo. As informações divulgadas na publicação da revista especializada vêm dos resultados de testes clínicos feitos na China em abril e maio. Esses testes contaram com 744 voluntários de 18 a 59 anos, e revelaram que as respostas de anticorpos podem ser induzidas dentro de 28 dias após a primeira imunização, administrando duas doses da vacina com 14 dias de intervalo.

Em contrapartida, os níveis de anticorpos produzidos pela CoronaVac foram mais baixos do que os observados em pessoas que foram infectadas e se recuperaram da COVID-19, e os cientistas alegaram que a persistência dos anticorpos gerados ainda deve ser verificada para determinar quanto tempo dura a proteção contra o vírus. Os especialistas ainda mencionaram que as descobertas da fase 3 serão cruciais para determinar se a resposta imunológica gerada pela CoronaVac é suficiente para proteger contra uma infecção pelo Sars-CoV-2.

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A pesquisa em questão identificou a dose ideal para gerar as respostas imunológicas mais altas e observou os efeitos secundários. Basicamente, eles foram leves e desapareceram em 48 horas. De acordo com o pesquisador Fengcai Zhu, do Centro Provincial de Controle e Prevenção de Doenças de Jiangsu, na China, o resultado já alcançado torna a vacina adequada para uso de emergência durante a pandemia. De qualquer forma, os próprios autores reconhecem algumas limitações no estudo, como o fato de o teste da fase 2 não ter avaliado as respostas das chamadas células T (células do sistema imunológico).

Sobre a CoronaVac

Em sua fórmula, o imunizante é composto a partir de fragmentos do coronavírus inativados (quando o vírus está "morto") e a imunização completa é feita em duas doses, segundo as pesquisas preliminares. O Butantan tem acordo para transferência de tecnologia e aquisição de 46 milhões de doses do imunizante para vacinação. 

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No início de novembro, o estudo clínico da vacina em questão foi interrompido. A causa, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), foi um "evento adverso grave" ocorrido com um dos voluntários envolvidos nos testes. Posteriormente, o caso se mostrou um evento adverso grave sem relação com o imunizante, segundo o presidente do Butantan, Dimas Covas. O laudo do óbito do voluntário, feito pelo IML, apontou como causa da morte o suicídio. Após receber novas evidências sobre o estudo clínico envolvendo a vacina CoronaVac, a Anvisa autorizou a retomada dos testes do imunizante contra a COVID-19. 

Fonte: The Lancet via DW