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Como a covid longa afetas as crianças?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 11 de Abril de 2022 às 13h28

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Rido81/Envato Elements
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Com a chegada da variante Ômicron (BA.1) e da subvariante BA.2, o número de casos da covid em crianças e adolescentes bateu recorde em todo o mundo. Agora, relatos começam a surgir sobre o aumento de quadros de covid longa nos mais jovens e a persistência de sintomas, como fadiga e dor de cabeça.

"A maioria das crianças [com covid longa] que eu vi era completamente saudável antes da covid. Elas praticavam esportes e atividades fora da escola", explica o pediatra Danilo Buonsenso, do Hospital Universitário Gemelli, na Itália. "Agora, elas não conseguem voltar para sua rotina escolar normal, porque têm dor de cabeça ou dificuldade de concentração depois de algumas horas", complementa, em entrevista para a BBC.

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Covid longa em crianças

"A condição pós-covid ocorre em indivíduos com histórico de infecção por SARS CoV-2 provável ou confirmada, geralmente 3 meses após o início da covid-19 sintomática, e que duram pelo menos 2 meses", define a Organização Mundial da Saúde (OMS). Esta definição vale tanto para crianças quanto para adultos.

De forma geral, pediatras estimam a incidência da covid longa varie na faixa de 10% nas crianças, mas o número está longe de ser consenso. Isso porque faltam estudos que comparem a taxa de casos neste público.

"Mesmo se a incidência da covid longa for de 2%, por exemplo, ainda será um número muito alto se considerarmos as centenas de milhares de crianças que estão contraindo covid", pondera o médico.

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Quais são os principais sintomas?

Por enquanto, os especialistas consideram os seguintes sintomas como os mais comuns da covid longa em crianças:

  • Fadiga;
  • Insônia;
  • Dor de cabeça;
  • Tontura;
  • Dor nas articulações e nos músculos;
  • Problemas respiratórios;
  • Problemas de coração, como palpitações;
  • Dificuldade de concentração;
  • Erupções na pele.
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Apesar de serem os sintomas mais comuns, uma criança não precisa apresentar todos eles para se enquadrar em um diagnóstico de covid longa. É necessário entender as especificidades de cada caso e as sequelas da covid-19.

Outra questão importante é que casos da covid longa não são exclusivos de pacientes que tiveram as formas mais graves da infecção e precisaram ser internados. Em outras palavras, crianças que tiveram formas leves e moderadas, em algumas circunstâncias, também podem apresentar as complicações da doença.

Chegada da variante Ômicron

A variante Ômicron aumentou significativamente a proporção de crianças infectadas pelo vírus e, consequentemente, fez subir o número de internações em decorrência da covid-19. O movimento foi observado em muitos países, como nos Estados Unidos e no Brasil.

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Nas primeiras semanas de janeiro, mais de 850 crianças e adolescentes foram internadas em hospitais diariamente devido à covid-19, de acordo com os dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), nos EUA. Para as crianças com menos de 5 anos, as internações subiram para níveis duas a quatro vezes maiores que os picos anteriores.

No Brasil, a alta de casos também se repetiu, como foi possível observar no estado de São Paulo. “Os dados da Secretaria de Saúde mostram alta de 61% na hospitalização de menores de 18 anos em UTIs, nos últimos dois meses", afirmaram as autoridades de saúde locais.

Na maioria dos casos, as crianças se recuperam rapidamente da covid-19, mas a tendência é que especialistas e pediátricas observem um aumento de casos da covid longa nos próximos meses em decorrência da onda da Ômicron e da subvariante BA.2.

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Questão da vacinação contra covid

Para se proteger contra a covid longa, uma das estratégias mias simples é a vacinação contra a covid-19. No entanto, a maioria dos países autoriza a imunização apenas de crianças com 5 anos ou mais, este é o caso brasileiro, por exemplo. Com a volta as aulas presenciais, este é potencialmente o grupo mais exposto aos riscos da covid-19.

Pensando nas crianças mais velhas, o desafio é estimular a vacinação deste grupo. Comparada com a população geral, elas estão entre as menos imunizadas no Brasil. Dados do Consórcio nacional de veículos da imprensa apontam que apenas 19,5% da população entre 5 e 11 anos está totalmente imunizada (duas doses) no país, o que equivale a 4 milhões de crianças.

Fonte: BBCOMS e G1