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Comer menos calorias aumenta a expectativa de vida em qualquer idade

Por| Editado por Luciana Zaramela | 14 de Dezembro de 2023 às 09h58

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 Louis Hansel/Unsplash
Louis Hansel/Unsplash

Nos Estados Unidos, pesquisadores da Universidade de Connecticut descobriram que comer menos calorias diariamente prolonga a vida de moscas-das-frutas (Drosophila melanogaster), independente da idade e do nível de gordura no corpo. A hipótese é que isso também seja verdade para os humanos com alto Índice de Massa Corporal (IMC), o que deve ser analisado posteriormente.

Descrito na revista científica PNAS, o experimento analisou os efeitos de uma dieta rica em açúcar, proteínas e calorias, simulando uma alimentação composta por ultraprocessados, nessas moscas — que compartilham 75% do DNA com os humanos.

Em seguida, os insetos adotaram uma dieta de restrição calórica, sem sofrer nenhum tipo de desnutrição. Isso aumentou a expectativa de vida para os indivíduos em qualquer idade.

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“Nossos estudos foram realizados em moscas com uma dieta rica em calorias, o que sugere que a mudança na dieta tardia em humanos obesos também pode ter um impacto benéfico na saúde”, afirma Blanka Rogina, geneticista e uma das autoras do estudo, em nota.

Diminuindo as calorias

De forma geral, as moscas vivem pouco. Se elas adotam uma alimentação rica em calorias, o tempo de vida é inferior a 80 dias. Agora, se ingerirem poucas calorias, a expectativa de vida pode subir para 120 dias. Isso representa um ganho de mais de 50%.

No estudo, foram analisadas diferentes dietas e os seus efeitos em indivíduos de variadas faixas etárias. Por exemplo, moscas com 20 dias de vida que adotavam uma dieta hipercalórica e mudaram para uma alimentação mais restritiva viveram mais. A expectativa de vida foi semelhante à dos indivíduos que desde sempre comeram poucas calorias.

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No entanto, o que surpreendeu os pesquisadores foi o fato de que essa mudança nos hábitos alimentares também era benéfica para moscas mais velhas, com 50 ou mesmo 60 dias — neste momento, já estão mais próximas do fim da vida.

Inclusive, os insetos mais velhos criados com dietas hipercalóricas tinham mais lipídios (gorduras) em seus corpos e apresentavam uma taxa de mortalidade mais alta. O ponto é que, ao mudarem de dieta, o metabolismo melhorou, a taxa de mortalidade despencou e a expectativa de vida aumentou.

Vale para humanos?

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Agora, é preciso entender se realmente esses efeitos podem ser sentidos em humanos. Só que, para este grupo, é muito mais difícil fazer análises do tipo. Afinal, vivem muito mais que qualquer mosca e, muito dificilmente, conseguirão seguir uma dieta rigorosa por longos períodos, ainda mais se forem mais velhos. Por outro lado, se for possível testar, é provável que a humanidade aprenda a quebrar recordes na expectativa de vida.

Fonte: PNAS e Universidade de Connecticut