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Quantas calorias o cérebro queima quando pensamos?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 29 de Março de 2022 às 16h20

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Idimair/Envato
Idimair/Envato

Que o cérebro é um órgão importantíssimo, talvez o mais importante deles, todos nós sabemos. Mas como essa importância se traduz em termos de gasto energético? O corpo valoriza tanto o cérebro a ponto de queimar muitas calorias para fazê-lo funcionar? E mais, dá para metabolizar aquela barra de chocolate pensando com um pouco mais de afinco?

Em condições normais, quando o cérebro está se ocupando do básico — respiração, digestão, manter o corpo aquecido —, é sabido que ele gasta de 20 a 25% da energia de todo o corpo, em geral, na forma de glucose. Para o ser humano médio, isso significa em torno de 350 ou 450 calorias, a depender da idade: na infância, o cérebro pode chegar a usar 60% da energia corporal. Isso faz com que ele seja, de longe, o órgão que mais consome energia, apesar de representar apenas 2% do peso do corpo.

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Como o cérebro gasta energia

Para começar, vamos lembrar que os seres humanos não são únicos no aspecto energético do cérebro: os mamíferos costumam seguir esse padrão, mesmo os menores deles, como a tupaia, que, com seus meros 18 cm, gasta a mesma proporção de energia que nós com a atividade cerebral. A questão chave é o tamanho do corpo em relação ao do cérebro, que fica proporcionalmente mais caro no metabolismo.

A maior parte da energia gasta vai para estabelecer a comunicação entre os neurônios, ou seja, gerando os sinais químicos entre as células, as famosas sinapses. Acredita-se que transporte de íons entre as membranas é um dos processos mais caros energeticamente, requerendo muita energia para "dar a partida" em cada sinapse. Quanto à questão das crianças, um cérebro em desenvolvimento é mais custoso do que o normal, explicando o gasto quase triplicado dos infantes com ele.

Outro aspecto importante desse gasto é que o cérebro nunca para: enquanto dormimos, ele continua a repassar as informações necessárias às células para que o corpo continue funcionando como deve. Ainda precisamos as células que levam a nutrição necessária às células cerebrais e que também precisam da sua própria carga de glucose para funcionar: elas também são funcionárias locais e entram nessa conta energética.

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Então pensar mais gasta mais energia?

Para tarefas mais difíceis, cognitivamente falando, sim, tecnicamente é verdade — apesar das variações de dificuldade a depender do indivíduo. De forma geral, problemas mentais mais complexos envolvem aprender coisas novas, ou, mais especificamente, questões que o cérebro não consegue resolver utilizando padrões e rotinas já estabelecidas anteriormente.

Tudo que é novidade, ou cujas condições para se resolver mudem constantemente, tem um custo adicional para o cérebro. A transferência de energia do cérebro para a área correspondente ao que estamos aprendendo aumenta, pelo menos até aprendermos a executar a tarefa com eficiência. Então, o cérebro deixa de precisar trabalhar mais para tal.

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Esse aumento, no entanto, não é tão significativo como pensamos — o consumo de energia do cérebro, em média, vai para toda uma série de tarefas, como as que já citamos, responsáveis por fazer o corpo funcionar. Ainda há o fato de que muito do que utiliza a energia cerebral é desconhecido: a ciência não sabe de grande parte do que ocorre nos bastidores do órgão pensante, e essas atividades misteriosas não têm ligação com tarefas como aprender a tocar um novo instrumento ou andar de bicicleta.

Apesar de focar em áreas específicas durante aprendizados, irrigando mais sangue e tendo picos de atividade quando necessário, o orçamento energético do cérebro não muda — então o consumo fica mais ou menos constante. Se você pensava em usar uma nova habilidade como desculpa para comer mais, não vai colar: no máximo, consumir uma barra de chocolate irá ajudar com o humor e o ânimo para aprender uma nova tarefa, mas não vai servir como combustível para um aprendizado mais eficiente.

Fonte: Live Science