Combinação de moléculas pode ajudar a reverter envelhecimento
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
Já faz tempo que a ciência busca um método de reverter o envelhecimento, e essa missão pode estar cada vez mais perto de se concretizar: em artigo publicado na Aging, pesquisadores descobriram uma combinação de moléculas que podem tornar uma célula jovem novamente.
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Os cientistas analisaram genes específicos, chamados fatores de Yamanaka, diretamente envolvidos na transformação de células em células-tronco pluripotentes induzidas, com capacidade de se transformar em qualquer outra célula do corpo.
O grande desafio da pesquisa antienvelhecimento é o resultado de células propensas ao câncer, mas isso foi contornado nesse novo método.
O que acontece é que, na prática, as células envelhecidas funcionam como um mecanismo para impedir o acúmulo de mutações prejudiciais. Interromper ou retardar esse processo pode gerar consequências, como o temido câncer.
“Até recentemente, o melhor que podíamos fazer era retardar o envelhecimento. Novas descobertas sugerem que agora podemos reverter isso”, os pesquisadores afirmam.
Coquetel de moléculas
Ao todo, o grupo identificou seis combinações de moléculas capazes de reverter o envelhecimento e tornar as células biologicamente “mais jovens”.
Em experimentos com roedores, os pesquisadores também descobriram que a administração de fatores Yamanaka com um vetor viral foi capaz de melhorar a visão e outras características do envelhecimento.
Os autores afirmam que o uso de uma abordagem medicamentosa pode ter impactos de longo alcance no campo, com custos e prazos de desenvolvimento mais baixos. Isso representa um impulso na capacidade de combater o envelhecimento.
Ciência contra envelhecimento
Em 2022, em estudo publicado na revista Nature Communications, cientistas descreveram um novo método para retardar o envelhecimento, com base nas respostas ao estresse utilizadas pelas células. O experimento foi conduzido em algumas espécies de vermes.
Trata-se de um conceito que já vem passando por mudanças ao longo dos anos. Em 2020, foi a primeira vez que cientistas conseguiram reverter envelhecimento de células humanas. A pesquisa pôde reduzir as células senescentes (aquelas que deixam de se dividir e ficam se acumulando no organismo) em 37%, dando espaço para que células novas e saudáveis se multiplicassem.
Recentemente, uma terapia gênica mostrou a capacidade de reverter o envelhecimento do coração, chegando a reduzir dez anos. No primeiro momento, experimentos foram realizados com células do tecido cardíaco, retiradas de pacientes idosos que não continham a mutação associada à longevidade e apresentavam insuficiência cardíaca, in vitro.