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Com ajuda de IA, estudo encontra chave para cura de alergias a insetos

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Massimiliano Latella/Unsplash
Massimiliano Latella/Unsplash

Cientistas do Instituto de Saúde de Luxemburgo e da Universidade de Luxemburgo descobriram quais mecanismos imunológicos são acionados em uma popular terapia que cura alergia a insetos. O achado foi somente possível com o uso da Inteligência Artificial (IA).

No estudo recém-publicado na revista Nature Communications, os pesquisadores se concentraram na análise dos efeitos da imunoterapia específica para alérgenos (AIT), também conhecida como dessensibilização.  

"A imunoterapia específica para alérgenos induz tolerância imunológica, mostrando a maior taxa de sucesso (>95%) para alergia a insetos, enquanto uma chance muito menor para alergia a pólen”, explicam os autores, no artigo. 

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Então, a missão inicial do grupo era entender quais mecanismos são acionados no tratamento que costuma ser bem-sucedido. Agora, com a chave da cura, a próxima etapa é melhorar a estratégia para outros alérgenos, como o próprio pólen.

O que é imunoterapia com alérgenos?

Antes de seguir, vale explicar que a imunoterapia com alérgenos é um tratamento bastante prescrito para tratar alguns tipos de alergias graves, como as que envolvem insetos e picadas de abelhas, por exemplo. 

Nestes casos, o paciente é exposto, de forma controlada, a pequenas doses do veneno. Ao longo das sessões do tratamento, isso fortalece o sistema imunológico e limita as reações alérgicas. Em paralelo, outra solução envolve a fabricação de soros para impedir complicações mais graves

Explorando o potencial da IA

A pesquisa se baseou em amostras de sangue de cerca de 200 pacientes que passaram pela imunoterapia com alérgenos. Com o apoio de algoritmos de IA, foi possível examinar 200 milhões de células imunes e analisar 25 mil genes, permitindo uma maior compreensão sobre os mecanismos imunológicos que levam à cura.

“Desenvolvemos algoritmos para permitir as análises de conjuntos de dados massivos de mais de 200 milhões de células imunes, que de outra forma não poderiam ser manipulados por abordagens previamente existentes”, comenta Jorge Gonçalves, professor da Universidade de Luxemburgo e autor do estudo, em nota.

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“Nossas novas ferramentas aceleraram o processamento de dados, permitindo-nos descobrir os mecanismos moleculares iniciais ocultos que impulsionam a tolerância imunológica”, acrescenta Enrico Glaab, professor assistente e outro autor do estudo.

Como é possível curar alergias graves?

Através da IA, os cientistas estabeleceram o papel central da molécula IL-6 no processo de cura de alergias a insetos. Durante a terapia, níveis bem baixos dessas moléculas são encontradas no sangue dos pacientes. Elas ajudam o organismo a se adaptar aos alérgenos de veneno, promovendo tolerância imunológica de longo prazo e prevenindo reações alérgicas graves no futuro.

Com base nesse achado, a equipe espera conseguir desenvolver outros mecanismos auxiliares que tornem a imunoterapia com alérgenos mais eficaz contra outros tipos de alergias. Se funcionar, milhões de pessoas em todo o mundo poderão se beneficiar desta nova forma de cura.

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Fonte: LIH  

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