Cocô de babuíno mostra como o estresse pode encurtar a vida; entenda!
Por Nathan Vieira • Editado por Claudio Yuge |

Pesquisadores da Universidade do Texas em San Antonio descobriram que babuínos estressados têm maior risco de morrer de maneira prematura. Como souberam disso? Analisando o cocô dos bichos!
- Cientistas explicam, em novo estudo, por que o estresse faz o cabelo cair
- Estresse pós-traumático ligado a COVID-19 preocupa especialistas
- "Zoom fatigue": stress e esgotamento causados por home office têm nome
Calma. A gente explica: um projeto chamado Amboseli Baboon vem rastreando — desde 1999 — os movimentos de cerca de 300 babuínos desde o nascimento até a morte, analisando seu cocô dia após dia, para verificar os níveis de glicocorticoides, um grupo de hormônios que reagem a desafios estressantes.
Com esses resultados de longo prazo, os pesquisadores foram capazes de mostrar que as fêmeas com níveis mais altos de glicocorticoides tendem a morrer mais jovens. O grupo chegou a perceber que níveis consistentemente elevados de glicocorticoides podem reduzir a expectativa de vida em 5,4 anos. No caso de um babuíno, que costuma viver 19 anos, isso equivale à queda de um quarto da sua expectativa de vida.
As descobertas ainda apontam que o aumento dos níveis de glicocorticoides pode levar a efeitos adversos à saúde, como doenças cardiovasculares e diminuição da função imunológica. O estudo analisou apenas fêmeas porque os machos são muito mais difíceis de rastrear, já que se movem de um grupo para outro para evitar o cruzamento.
Segundo os pesquisadores, os babuínos funcionam como um modelo para estudar as conexões entre os hormônios do estresse e a expectativa de vida dos seres humanos, devido às semelhanças na estrutura social e respostas de saúde aos glicocorticoides nas duas espécies.
Fonte: Science Advances via Popular Science