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Cientistas usam implante cerebral e nanopartículas de ouro para destruir tumores

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Ermal Tahiri/Pixabay
Ermal Tahiri/Pixabay

Já pensou em um tratamento contra o câncer que não envolvesse dor ou anestesia e que poderia ser feito em casa? É em busca de uma terapia do tipo que cientistas norte-americanos desenvolveram um novo implante cerebral com nanopartículas de ouro que combate tumores no cérebro (glioblastoma). No momento, a inovação foi testada, com sucesso, em roedores.

Publicado na revista científica Nature Nanotechnology, o estudo promissor no combate ao câncer no cérebro é liderado por pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Nos experimentos realizados, as cobaias não apresentaram efeitos adversos graves e o implante não afetou a saúde dos tecidos próximos à região em que foi instalado.

Segundo os autores do estudo, os roedores com câncer, que estavam com os implantes, sobreviveram significativamente mais do que aquelas cobaias que não receberam a nova terapia. Em média, os animais viveram duas ou três vezes mais que o grupo controle, após o tratamento.

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Como funciona o implante cerebral que destrói tumores?

Para a potencial terapia, os pesquisadores desenvolveram um sistema capaz de gerar calor no local exato dos tumores e que, em tese, pode matar as células cancerígenas. Para alcançar este objetivo, é necessário instalar um pequeno implante sem fio entre a pele e o crânio do indivíduo. Em seguida, nanopartículas de ouro são injetadas no tumor, através de um pequeno orifício no crânio. O processo é minimamente invasivo perto dos tratamentos disponíveis hoje.

Quando ligado — o que pode ser feito de forma remota —, o dispositivo emite uma luz infravermelha que penetra no tecido cerebral, ativando as nanopartículas de ouro. Isso faz com que a temperatura do metal suba em até 5 °C. Segundo os pesquisadores, esta é a temperatura ideal para matar as células cancerosas, quando aplicada em sessões periódicas, sem danificar o tecido cerebral circundante.

No experimento com roedores, o protocolo de tratamento foi de 15 sessões, sendo uma por dia, com 15 minutos de duração. Não foram feitos outros tratamentos complementares, como quimioterapia e radioterapia nos animais.

Câncer no cérebro é considerado bastante agressivo

Apesar dos resultados promissores em roedores, mais ajustes na tecnologia devem ser realizados antes do início dos testes em humanos. Por exemplo, será preciso ampliar as dimensões do dispositivo para que se encaixe perfeitamente no cérebro humano, o que pode acontecer em aproximadamente 5 anos.

Vale explicar que novas formas de tratamento de câncer de cérebro são mais que necessárias, já que este tipo de tumor apresenta elevada taxa de mortalidade. Segundo os autores, o glioblastoma provoca mais de 10 mil mortes anuais entre os norte-americanos. Após o diagnóstico, o tempo médio de vida é de 15 meses.

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Em paralelo, outras equipes de pesquisa testam formas diferentes de controle e tratamento destes tipos de tumor, como os cientistas da Universidade Shandong, na China. Eles desenvolveram um gel injetável que reduz o risco de reincidência do glioblastoma. Farmacêuticas também investigam os efeitos de anticorpos monoclonais produzidos em microgravidade.

Fonte: Nature Nanotechnology e Universidade de Stanford