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Cientistas querem editar gatos para causar menos alergias em humanos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 30 de Março de 2022 às 11h30

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Jae Park/Unsplash
Jae Park/Unsplash

Uma equipe de cientistas norte-americanos sugere que a proteína responsável por causar a maior partes das alergias a gatos em humanos pode ser simplesmente removida, através da edição genética. Com o uso do sistema CRISPR, seria possível deletar, com segurança, o ponto de origem das reações alérgicas em humanos e "transformar" os animais em uma versão hipoalergênica, mas a viabilidade ainda precisa ser comprovada.

Publicado na revista científica The CRISPR Journal, o estudo que quer tornar gatos hipoalergênicos foi coordenado por pesquisadores da Northwestern University e da Texas A&M University, ambas nos Estados Unidos. Também colaboraram com o estudo cientistas da empresa Indoor Biotechnologies (InBio).

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"Nossos dados ilustram uma aplicação prática da tecnologia CRISPR [para a edição genética] em pesquisas da área de alergia ou da medicina veterinária, e ressaltam a interseção única entre biologia evolutiva, engenharia de genoma e desenvolvimento terapêutico", afirmam os autores.

Até o momento, os experimentos ocorreram apenas in vitro e nenhum teste foi feito com um gato, mas a equipe de cientistas é otimista com o futuro da tecnologia que pode evitar alergias em tutores dos pets. Segundo o grupo, a alergia a gatos afeta até 15% da população mundial.

Gatos hipoalergênicos

Através da tecnologia de edição de genes, os pesquisadores já conseguiram impedir que as células de um gato produzissem a molécula "culpada" pelas reações alérgicas. De acordo com a equipe, estas reações são causadas pela proteína chamada Fel d 1, que é secretada através da saliva e lágrimas dos animais e acaba em seus pelos enquanto eles se limpam.

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No experimento, os cientistas usam o sistema CRISPR para a edição genética e, com isso, eliminam as regiões que sintetizam a proteína Fel 1 d nas células dos gatos. Mais especificamente, são duas regiões conhecidas, a CH1 e a CH2.

"Tomados em conjunto, nossos dados indicam que [a proteína] Fel d 1 é uma candidata viável para deleção de genes, o que pode beneficiar profundamente quem sofre de alergia a gatos, removendo o principal alérgeno na fonte", explicam os autores.

Agora, a equipe deve realizar novos estudos no laboratório, onde a segurança e a eficácia da técnica devem ser melhores compreendidas. No futuro, poderá ser testada nos próprios animais.

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Fonte: The CRISPR Journal