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Cientistas querem criar spray anti-covid que atua como pílula do dia seguinte

Por| Editado por Luciana Zaramela | 19 de Janeiro de 2023 às 12h05

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Astrakanimages/Envato Elements
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Já pensou em encontrar amigos, ir para um show ou mesmo andar de ônibus sem nenhum receio de contrair covid-19, mesmo se alguém tossir e espirrar ao seu lado? A partir de um spray do dia seguinte contra o coronavírus SARS-CoV-2, cientistas da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, trabalham nesta solução quase mágica contra a doença.

Vale lembrar que, na medicina, diferentes doenças ou condições podem ser combatidas como se planeja o potencial spray. Este é o caso da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) contra o HIV ou ainda da pílula seguinte para impedir a gravidez. A grande diferença é que essas duas estratégias devem ser usadas somente quando necessárias, enquanto a tecnologia para impedir a infecção do vírus da covid-19 poderia ter um uso mais cotidiano.

No entanto, a equipe norte-americana de cientistas ainda está na fase de desenvolvimento do spray, mas, nas últimas semanas, descobriram que, em laboratório, é viável uma solução do tipo, conforme explicam em artigo publicado na revista científica Cell.

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É possível ter um spray contra covid-19?

“Nossas vias aéreas superiores são a porta de entrada não apenas para a infecção de nossos pulmões, mas também para a transmissão [de um vírus] para outras pessoas”, explica Peter Jackson, professor de microbiologia na Stanford, em comunicado. Dessa forma, o spray precisaria "apenas" impedir que a infecção se instalasse no nariz e na garganta.

Para entender a viabilidade do processo, Jackson e sua equipe criaram organoides epiteliais das vias aéreas, que imitam as vias aéreas normais com o muco característico e as células ciliadas, e os infectaram com o vírus da covid-19. Foi usada a cepa original.

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Segundo os autores, no primeiro momento, os coronavírus se conectam e infectam apenas as células ciliadas e podem permanecer concentrados nesta região por mais de 24 horas. A invasão completa só começa após 48 horas. Na vida real, o tempo seria similar, segundo estudos anteriores.

“Está claro que as células epiteliais nasais ciliadas humanas são o principal local de entrada do SARS-CoV-2 no tecido epitelial nasal”, pontua Jackson. “Uma vez que o vírus atravessa essa barreira, ele pode se replicar livremente nas células subjacentes”, acrescenta.

Inclusive, este mecanismo foi bastante similar quando o organoide foi exposto ao vírus sincicial respiratório (VSR) e à cepa BA.1 da Ômicron. No último experimento, o processo era um pouco mais acelerado, mas ainda assim seguia o mesmo padrão. Neste estágio, independente do vírus, é possível inativar a infecção antes que ela se instale, segundo os experimentos.

“Retardar a entrada, saída ou disseminação viral com um medicamento de curta duração, aplicado localmente, ajudaria nosso sistema imunológico a se atualizar e chegar a tempo de interromper a infecção total. Com sorte, [a estratégia] limitaria futuras pandemias”, completa o cientista. Agora, a ideia é ampliar os testes para modelos animais e, no futuro, testar em humanos.

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Fonte: Cell e Universidade Stanford