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Cientistas desenvolvem blocos inspirados em LEGO para regenerar ossos

Por| 29 de Julho de 2020 às 18h45

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Divulgação/Universidade de Ciência e Saúde de Oregon
Divulgação/Universidade de Ciência e Saúde de Oregon

Com certeza você brincou com Lego durante a sua infância, e talvez tenha tido até o desprazer de pisar em alguma daquelas peças, o que gera uma das maiores dores desse mundo, certo? Foi com base nesse brinquedo que fez parte da infância de tanta gente que especialistas da área da saúde desenvolveram pequenos tijolos, impressos em 3D, com a intenção de curar ossos quebrados - e podem um dia levar a órgãos de laboratório para transplante humano.

Os pequenos blocos ajudam o osso a se regenerar mais rápido que o normal. Cada um deles tem 1,5 mm, aproximadamente o tamanho de uma pulga. "É fácil de usar; pode ser empilhado como LEGOs e colocado em milhares de configurações diferentes para combinar com a complexidade e o tamanho de praticamente qualquer situação", disse Luiz Bertassoni, professor da OHSU School of Dentistry e professor de engenharia biomédica da OHSU School of Medicine. Bertassoni fez parceria com colegas da OHSU, Universidade de Oregon, Universidade de Nova York e Universidade Mahidol, na Tailândia, para desenvolver e avaliar essa tecnologia.

Quando empilhados, esses blocos são projetados para reparar ossos quebrados melhor do que os métodos atuais. Os cirurgiões ortopédicos geralmente reparam fraturas ósseas mais complexas implantando barras ou placas de metal para estabilizar o osso.

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Uma vantagem exclusiva deste novo sistema é que os blocos ocos podem ser preenchidos com pequenas quantidades de gel, e são precisamente colocados mais perto de onde são necessários. O estudo constatou que blocos cheios de fator de crescimento, colocados próximos aos ossos de ratos reparados, levaram a cerca de três vezes mais crescimento de vasos sanguíneos do que o material de andaime convencional.

"A tecnologia impressa em 3D melhora a cicatrização, estimulando o tipo certo de células a crescer no lugar certo e na hora certa, permitindo uma reparação mais precisa e rápida dos tecidos", disse o co-autor do estudo, Ramesh Subbiah. Os pequenos dispositivos são modulares e podem ser montados para caber em praticamente qualquer espaço. Ao reunir segmentos de blocos contendo quatro camadas de quatro por quatro, os pesquisadores estimam que mais de 29 mil configurações diferentes podem ser criadas.

Bertassoni e colegas também imaginam que sua tecnologia impressa em 3D possa ser usada para curar ossos que precisam ser cortados para tratamento de câncer, para procedimentos de fusão espinhal e para construir ossos de mandíbula enfraquecidos antes de um implante dentário. E, alterando a composição dos materiais impressos em 3D da tecnologia, eles imaginam que ela também possa ser usada para construir ou reparar tecidos. Bertassoni e sua equipe irão explorar ainda mais o desempenho desse "LEGO" no reparo ósseo. Eles planejam testar a capacidade da tecnologia de reparar fraturas ósseas mais complexas em ratos ou animais maiores.

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Fonte: EurekAlert!