Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Cientistas descobrem método para prever se alguém vai ter AVC ou infarto

Por| Editado por Luciana Zaramela | 06 de Junho de 2023 às 18h31

Link copiado!

Madi7779/Envato
Madi7779/Envato

Em estudo publicado no periódico Journal of the American College of Cardiology, cientistas descreveram um novo método capaz de prver se alguém vai ter um infarto ou um acidente vascular cerebral (AVC). A equipe identificou uma enzima com potencial para atuar como um marcador que identifica esses riscos, devido à ruptura da placa aterosclerótica.

Acontece que as rupturas da placa aterosclerótica podem causar infarto e acidente vascular cerebral, e agora os pesquisadores conseguiram identificar exatamente onde as placas se rompem: no início da placa, em um local mais próximo do coração. O estudo em questão foi agora publicado no Journal of the American College of Cardiology (JACC) .

O estudo mostrou forte associação entre a enzima matriz metaloproteinase-9 (MMP-9) e a área de ruptura das placas. Altos níveis de MMP-9 também podem ter relação com um maior risco de doença cardiovascular futura em indivíduos com condições como aterosclerose — acúmulo de gorduras, colesterol e outras substâncias nas paredes das artérias e dentro delas.

Continua após a publicidade

Os pesquisadores esperam poder usar a MMP-9 como um marcador não apenas para prever quais pacientes correm o risco de sofrer um infarto ou um AVC, mas também se é possível desenvolver novos tratamentos que reduzam o risco de ruptura da placa.

Os próprios autores do estudo reconhecem que, em pesquisas posteriores, a ideia é investigar se é possível inibir a enzima, para que ela fique menos ativa e, assim, evitar a ruptura da placa. "No entanto, é importante que esse tratamento não leve a efeitos colaterais indesejados, pois a enzima tem outras funções importantes no corpo”, aponta o estudo.

O que essa descoberta representa?

Em entrevista ao Canaltech, o cardiologista Dr. João Vicente da Silveira, do Hospital Sírio Libanês, menciona que essa placa aumenta ao longo da vida, por deposição de cálcio e colesterol. A tensão na placa aumenta até que a rompe. Esse rompimento gera o infarto agudo do miocárdio. "Essa placa pode ocorrer também nas artérias do pescoço, que levam sangue para o cérebro. Quando elas rompem, dá o AVC", explica.

Continua após a publicidade

Segundo o especialista, quanto mais a placa cresce, maior a tendência de ter um infarto ou um derrame. "É muito importante saber com antecedência se o indivíduo já tem essa placa, e se te como dar medicamentos para evitar a progressão e tratar antes do desfecho final, que pode ser o infarto ou o AVC".

Acidente vascular cerebral (AVC)

O AVC foi considerado a principal causa de morte entre os brasileiros em 2022, com 87.518 mil mortes. No ranking de mortes nacionais, o infarto (ataque cardíaco) foi responsável por 81.987 no mesmo período.

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma situação que decorre da alteração do fluxo de sangue ao cérebro. Responsável pela morte de células nervosas da região cerebral atingida, o AVC pode se originar de uma obstrução de vasos sanguíneos, o chamado acidente vascular isquêmico, ou de uma ruptura do vaso, conhecido por acidente vascular hemorrágico.

Continua após a publicidade

A primeira recomendação de como identificar um AVC é ficar atento. Quando um acidente vascular ocorre no cérebro, algumas características podem surgir imediatamente no paciente, auxiliando na identificação e no socorro.

Os principais sinais e sintomas de AVC são:

  • Boca torta
  • Dificuldade para levantar os dois braços ao mesmo tempo
  • Dificuldades de fala
Continua após a publicidade

Se você perceber um desses sinais, procure ajuda médica urgentemente (ligue para 192 ou conduza o paciente a um hospital).

Infarto

O atendimento imediato também pode ser fundamental para salvar uma vida, por isso, entender o que acontece com o coração durante o infarto é de extrema importância. Os principais sintomas são dor no peito, sensação de fraqueza, tontura, desmaio, dor na mandíbula, pescoço ou costas e falta de ar.

Anteriormente, pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-SUP) descobriram que quem já teve AVC possui mais chances de infarto ou de desenvolver doenças vasculares.

Continua após a publicidade

Conforme explica o dr. João Vicente da Silveira, as formas atuais para se prevenir o AVC e o infarto envolvem manter os fatores de risco estabelecidos e longe, ou seja: "fazer atividade física regularmente, controlar o nível de açúcar no sangue, a pressão, manter um sistema emocional sob controle, evitar tabagismo, evitar uso de drogas ilícitas".

Fonte: Journal of the American College of Cardiology (JACC) via Vascular News