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Cientistas colocam vermes em microchip e criam detector de câncer

Por| Editado por Luciana Zaramela | 23 de Março de 2022 às 10h30

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 National Cancer Institute/Unsplash
National Cancer Institute/Unsplash

Um verme nematoide chamado Caenorhabditis elegans pode ajudar na detecção do câncer, uma vez que consegue distinguir as moléculas liberadas por células saudáveis ​​das liberadas por cancerígenas. Na edição mais recente do evento proporcionado pela American Chemical Society, que tem acontecido desde o último domingo (20), pesquisadores mostraram a possibilidade de usar esse verme em um dispositivo, que funcionaria então como um detector da doença.

Na ocasião, os cientistas da Myongji University (Coreia do Sul) explicaram que os vermes se contorcem em direção às células cancerígenas, em preferência às saudáveis. Por enquanto, esse projeto ainda se encontra em estágio inicial. O que acontece é que as células cancerígenas têm uma composição diferente das células saudáveis, mas um composto químico específico dessas moléculas atrai a espécie de verme através do aroma.

Para chegar a essa descoberta, a equipe colocou os vermes em um pequeno chip contendo alguns dos nematoides. Esse chip foi colocado em uma placa de petri e exposto a duas células simultaneamente: uma cancerígena e outra não. Com isso, os cientistas perceberam que a espécie se moveu sem hesitar em direção ao câncer.

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Estudos anteriores já tinham fornecido algumas pistas de que o C. elegans possui uma boa memória para odores, e esse novo estudo apontou que o dispositivo detector de câncer teria uma taxa de precisão de cerca de 70%.

No entanto, essa não foi a primeira vez que se explorou a capacidade olfativa do verme para essa finalidade. Em novembro de 2021, a empresa japonesa de biotecnologia Hirotsu Bio Science investiu em nematoides geneticamente modificados para detectar câncer pancreático. Na ocasião, os vermes conseguiram identificar corretamente todas as 22 amostras de urina de pacientes com câncer de pâncreas, incluindo pessoas em estágios iniciais da doença.

Fonte: American Chemical Society