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Cientistas avaliam efeitos de aplicação de vacinas da gripe e COVID juntas

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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twenty20photos/envato
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É possível que a vacina contra o coronavírus SARS-CoV-2 integre o calendário de vacinação nos próximos anos de inúmeros países, como o Reino Unido. Em paralelo, a vacinação da gripe (influenza) já é aplicada anualmente em milhões de pessoas. Agora, pesquisadores britânicos investigam se é possível administrar os dois imunizantes, de forma simultânea.

Com o fim das medidas de proteção, como uso de máscaras e distanciamento social, o Serviço Nacional de Saúde (NHS), no Reino Unido, se prepara para um aumento potencial de casos de gripe durante o inverno. Nesse cenário, as duas vacinas devem ser importantes para não sobrecarregar os sistemas de saúde com alta demanda das doenças respiratórias.

Agora, o estudo ComFluCov, liderado por pesquisadores do NHS, analisa quais efeitos colaterais as pessoas obtêm quando recebem a vacina contra a gripe e a vacina Covishield (Oxford/AstraZeneca) ou Pfizer/BioNTech. Além disso, investigam a consistência da resposta imunológica do organismo para cada dose e possíveis efeitos colaterais.

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Em paralelo, a farmacêutica norte-americana Novavax trabalha no desenvolvimento de uma vacina contra a COVID-19 que poderia ser administrada com a da gripe. Ainda não foram publicados detalhes sobre os testes, mas os resultados obtidos pela farmacêutica demonstraram ser possível a aplicação conjunta e que isso não reduzia a resposta imunológica.

Alta de casos da gripe

Desde o início da pandemia da COVID-19, as medidas que visavam barrar a transmissão da doença, como lockdown, distanciamento social e uso de máscaras, reduziram o risco de contrair não só o coronavírus, mas também de outros vírus respiratórios, como a gripe. Divulgado por pesquisadores do Royal College of GPs, o relatório confirma a queda de casos da gripe durante esses meses.

Agora, muitas dessas medidas devem ser flexibilizadas nos próximos meses. Dessa forma, as autoridades de saúde britânica esperam um ressurgimento significativo dos vírus da gripe. “As restrições [contra a transmissão do coronavírus] não serão tão pesadas [no inverno] e, como resultado, haverá uma epidemia de gripe”, afirmou Graham Medley, professor da London School of Hygiene and Tropical Medicine, para o jornal The Guardian.

Resultados do estudo

Os resultados do estudo ComFluCov, do NHS, são esperados para agosto ou setembro deste ano. Por enquanto, é analisado o impacto de dar a segunda dose da vacina da COVID-19 com a da gripe, mas, provavelmente, outras pesquisas serão necessárias para viabilizar uma dose de reforço contra o coronavírus (3ª dose) e a da gripe. É este segunda cenário que Adam Finn, professor da Bristol Medical School, aguarda para o próximo inverno.

Uma preocupação da pesquisa é entender como o sistema imunológico pode responder a mais de uma vacina, explicou Martin Hibberd, professor da London School of Hygiene and Tropical Medicine. “Então, você pode obter uma resposta muito boa à vacina contra a COVID-19, digamos, mas não muito boa para a gripe [vacina] ou ao contrário. E isso pode ser um problema”, comentou Hibberd. Por outro lado, é possível que  a imunização dupla aumente a resposta imunológica das duas fórmulas. Outra questão é entender se os efeitos colaterais produzidos ao administrar as duas vacinas são piores que quando administradas isoladamente. 

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Fonte: The Guardian