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Cientistas analisam relação entre COVID-19 e distúrbios cerebrais

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 Robina Weermeijer /Unsplash
Robina Weermeijer /Unsplash

Na última quarta-feira (8), uma equipe de pesquisadores do Instituto de Neurologia da University College London (UCL) publicou uma nova pesquisa, na qual alertam a respeito de distúrbios cerebrais graves desencadeados pelo coronavírus, capazes de afetar até mesmo aqueles que mostram apenas sintomas leves. Em alguns casos, segundo os cientistas, esses problemas neurológicos podem ser até mesmo fatais.

Para chegar a essa conclusão, a equipe examinou 43 pacientes com COVID-19 que tiveram distúrbios cerebrais, como derrames ou como uma incidência notavelmente alta de encefalomielite disseminada aguda (ADEM), um distúrbio neurológico raro caracterizado por inflamação generalizada no cérebro. Desses 43 pacientes, oito sofreram derrames, enquanto outros oito tiveram danos nos nervos periféricos diagnosticados como síndrome de Guillian-Barre, uma condição na qual o sistema imunológico do corpo ataca os nervos.

A nova pesquisa destaca o quão pouco sabemos até agora sobre como a COVID-19 afeta o corpo. Michael Zandi, autor sênior do estudo e consultor neurologista da UCL, deu uma entrevista ao The Guardian e descreveu o efeito da COVID-19 no cérebro como algo nunca visto antes com outros vírus. "Queremos que médicos de todo o mundo estejam atentos a essas complicações do coronavírus. O cérebro parece estar envolvido nessa doença.

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Os cientistas esperam que suas pesquisas possam informar futuros planos de reabilitação para pacientes com COVID-19 recuperados. "Os médicos precisam estar cientes dos possíveis efeitos neurológicos, pois o diagnóstico precoce pode melhorar os resultados dos pacientes", concluiu.

Em maio, pesquisadores da USP e da Universidade da Região de Joinville (Univille) revisaram artigos publicados em revistas científicas com a intenção de averiguar prevalência de sintomas neurológicos em pacientes com COVID-19. Os pesquisadores perceberam a existência de pacientes jovens, com menos de 50 anos, que tiveram AVC isquêmico e hemorrágico associado à fisiopatologia do vírus e tiveram problemas no sistema nervoso central, associados a casos mais graves.

Enquanto isso, no início de junho, pesquisadores norte-americanos desenvolveram um estudo referente ao efeito da COVID-19 no sistema nervoso, que classifica os danos cerebrais causados em três estágios. No artigo, eles alertaram sobre problemas neurológicos em pacientes que sofrem de COVID-19, incluindo derrame, convulsões, confusão, tontura, paralisia e/ou coma.

Fonte: The Guardian via Futurism