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Crescem sintomas neurológicos associados à COVID-19, segundo USP

Por| 25 de Maio de 2020 às 14h05

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Orna W/Pixabay
Orna W/Pixabay

Os pesquisadores da USP e da Universidade da Região de Joinville (Univille) revisaram artigos publicados recentemente em revistas científicas com a intenção de averiguar prevalência de sintomas neurológicos em pacientes com COVID-19. De acordo com Marcus Vinícius Magno Gonçalves, neurologista da Univille, uma série de casos relatados pelos chineses mostra que a prevalência  de complicações no sistema nervoso central (encéfalo e medula espinhal) e o sistema nervoso periférico (gânglios e nervos) é muito superior em relação ao que se acreditava no ano passado.

Jean Pierre Schatzmann Peron, coordenador do Laboratório de Interações Neuroimunes do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, conta que a ideia por trás dessa análise é a compreensão de como o vírus acessa o sistema nervoso central. Os pesquisadores se baseiam em outros coronavírus humanos, causadores de Síndrome Aguda Respiratória Grave (SARS) e da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), que passam de um neurônio a outro até atingir o sistema nervoso central, mas o coordenador enfatiza que ainda se trata de especulação.

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Acontece que, além dos principais sintomas (febre, cansaço, tosse seca, febre alta, pneumonia e dificuldade na respiração), muitos relataram sintomas neurológicos, como a perda de olfato e paladar. De acordo com o jornal da USP, um possível mecanismo de acesso ao sistema nervoso central pelo SARS-CoV-2 é via bulbo e nervo olfatório, que constitui o primeiro par de nervos cranianos, responsável por receber informações dos neurônios receptores olfativos.“O que nos intriga é que, de todos os pacientes que tiveram neuropatia olfatória, apenas 40% ficaram curados após 30 dias do início dos sintomas”, afirma Marcus Gonçalves.

Os pesquisadores perceberam a existência de pacientes jovens, com menos de 50 anos, que tiveram AVC isquêmico e hemorrágico associado à fisiopatologia do vírus e tiveram problemas no sistema nervoso central, associados a casos mais graves. Meningites, encefalites e a síndrome de Guillain Barré foram observadas na coorte chinesa. “Por isso é importante chamarmos a atenção da comunidade científica sobre esses sintomas, pois o médico vai precisar intervir de maneira diferente, já que há essa correlação entre coronavírus e quadros neurológicos. Muitos fatores devem influenciar, inclusive a carga viral presente nos pacientes", diz Peron.

Fonte: Jornal da USP