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Cientista propõe questão bizarra: pessoas decapitadas continuam conscientes?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 26 de Março de 2022 às 13h00

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Hello I'm Nik/Envato
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Apesar dos constantes avanços da ciência, muitas questões ainda ficam no ar, principalmente sobre morte e consciência, aspectos ainda enigmáticos. No último dia 4, um neurocientista chamado Guillaume Thierry, da Bangor University (Reino Unido) levantou uma reflexão: pessoas decapitadas continuam conscientes por quanto tempo?

"A primeira vez que ultrapassei o horror do conceito de morte e me perguntei como seria a experiência de morrer, eu tinha cerca de 15 anos", afirma o pesquisador. Ele começou a se perguntar essas coisas quando aprendeu sobre o uso da guilhotina durante a revolução francesa.

O questionamento do neurocientista parte do seguinte ponto: o cérebro morre cerca de seis minutos após o coração parar, então, a deterioração chega a um ponto sem retorno e a consciência (a capacidade de reconhecer que os pensamentos são próprios) se perde. Segundo um estudo publicado na revista científica PNAS, a atividade neural cessa menos de um minuto após a perda da consciência.

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No entanto, muitas pessoas que passaram por experiências de quase morte relatam aquela famosa visão da vida, como um filme, antes da inconsciência. “Se os seres humanos podem ser ressuscitados após seis, sete, oito ou até dez minutos em casos extremos, teoricamente poderia levar horas até que seu cérebro se desligue completamente”, pondera o neurocientista.

Mas essa reflexão pode ser mais complexa do que imaginamos. Para se ter uma noção, em 1945, um galo decapitado sobreviveu nada menos que 18 meses. Sim, mais de um ano vivendo sem cabeça. Os fazendeiros alimentavam-no com comida líquida e água. Para isso, utilizavam um conta-gotas e pingavam o conteúdo direto no esôfago do galo, que ficou famoso nos EUA.

Por sua vez, em uma pesquisa publicada na revista Frontiers in Aging Neuroscience, cientistas registraram as ondas cerebrais de um paciente com convulsões, e durante o estudo, ele morreu de ataque cardíaco. As descobertas sugeriram que algumas ondas cerebrais mudaram seus padrões mesmo depois que o paciente morreu e o sangue parou de fluir para o cérebro.

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Atualmente, a ciência ainda não sabe por quanto tempo pessoas decapitadas continuariam conscientes, e o neurocientista espera que "pesquisas futuras no campo, com medições mais longas da atividade neural após a morte" consigam responder à questão.

Em sua opinião, isso de ver a vida passar como um filme pode ser um efeito associado ao súbito aumento da atividade neural quando o cérebro começa a desligar, como uma espécie de último recurso, mecanismo de defesa do corpo tentando superar a morte iminente.

Fonte: Neurocognitive Aging and Behavior, PNAS, The Conversation