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Chikungunya infecta vários órgãos antes de levar à morte

Por| Editado por Luciana Zaramela | 13 de Março de 2024 às 17h12

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Wikilmages/Pixabay
Wikilmages/Pixabay

Em uma época que exige muito cuidado com a dengue devido à alta do número de casos, vale também ficar atento ao vírus chikungunya, transmitido pelo mesmo mosquito (Aedes aegypti). Na última terça (12), um grupo de brasileiros e norte-americanos revelou a descoberta de como o vírus age no corpo humano para levar a vítima à morte.

De acordo com as descobertas apresentadas na Cell Host & Microbe, além de se espalhar pelo sangue, o vírus chikungunya pode impactar múltiplos órgãos e até atravessar a barreira hematoencefálica, responsável pela proteção do sistema nervoso.

A equipe avaliou amostras de soro sanguíneo, líquido cefalorraquidiano e outros tecidos (como cérebro, coração, fígado, baço e rins) de 32 pacientes mortos por chikungunya, além de 39 participantes que sobreviveram à infecção e 15 saudáveis (grupo controle).

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Chikungunya mata?

Em alguns casos, chikungunya pode ser fatal! A ação do vírus no organismo, segundo o estudo, acontece através de uma "alteração severa na cascata de coagulação", redução de proteínas-chave e a geração de excesso de líquidos.

O vírus também age no sistema imune, elevando níveis de citocinas associadas à inflamação, e chega a desencadear até mesmo danos neurológicos. Nesse último caso, os pesquisadores descreveram que a chikungunya infecta as células de defesa e uma proteína do sistema imune responsável por regular a inflamação.

Em entrevista à Agência FAPESP, os profissionais por trás da pesquisa alegam que as descobertas ajudam a entender como o vírus leva a uma artralgia (dor nas articulações), o que por sua vez desperta outros sintomas como febre, dor muscular e inchaço nas articulações.

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Como combater a chikungunya

Na concepção dos autores, o primeiro passo para o combate contra chikungunya é justamente entender esses mecanismos biológicos. Só assim é possível pensar nos tratamentos eficazes e nas melhores estratégias.

Em suas palavras, as equipes de saúde pública precisam estar preparadas com vigilância genômica, sorológica e em porta de UTI, além de dar atenção a quadros de insuficiência cardíaca e neurológicos, que não são tradicionalmente associados à doença, mas são possíveis — e, além de levar a sequelas, podem causar morte.

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Felizmente, há uma vacina da chikungunya, que inclusive se mostrou eficaz e nos estudos, gerou resposta imune em 98,9% dos voluntários. A fórmula foi desenvolvida pela empresa francesa de biotecnologia Valneva. A fórmula foi aprovada pela FDA (órgão de saúde dos EUA).

Sintomas de chikungunya

Chikungunya tem sintomas parecidos com os da dengue, mas o Ministério da Saúde diz que o vírus pode causar doença neuroinvasiva com agravos neurológicos, como encefalite, mielite, meningoencefalite, síndrome de Guillain-Barré, paralisias e neuropatias. De qualquer forma, nos principais casos, a recomendação é ficar atento aos seguintes sintomas:

  • Febre
  • Dores nas articulações
  • Edema nas articulações
  • Dor nas costas
  • Dores musculares
  • Manchas vermelhas pelo corpo
  • Coceira na pele
  • Dor de cabeça
  • Dor atrás dos olhos
  • Conjuntivite
  • Náuseas
  • Dor de garganta
  • Calafrios
  • Diarreia
  • Dor abdominal
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A Pasta alerta que o vírus chikungunya pode evoluir em três fases: a febril ou aguda, que tem duração de 5 a 14 dias, a pós-aguda que leva de 15 a 90 dias e a crônica, em que os sintomas persistem por mais de 90 dias.

Fonte: Cell Host & Microbe, Agência FAPESP