Cheiro da morte desempenha estranho efeito no comportamento humano
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |

Você sabia que existe um "cheiro da morte"? Quando uma pessoa morre, libera um composto chamado putrescina. E o mais curioso é que a ciência já comprovou que essa substância pode afetar o comportamento humano — basicamente, aumenta o instinto de vigilância e fuga.
- Clique e siga o Canaltech no WhatsApp
- Inteligência artificial prevê data da morte com 74% de precisão
- Experiências de quase morte não são apenas alucinações, segundo estudo
De acordo com cientistas da University of Kent (Inglaterra) e da Loyola University Chicago (EUA), a exposição à putrescina exerce essa influência sobre o comportamento até quando as pessoas não têm a consciência de que estão sentindo o cheiro.
As pessoas expostas à putrescina também passam a se movimentar com mais rapidez e tendem a ficar na defensiva (e até mesmo com certa hostilidade).
As evidências sugerem que essa adaptação ao sinal químico desperta luta ou fuga como uma forma de nos manter vivos em uma possível situação perigosa.
Putrescina: o cheiro da morte
A putrescina é formada principalmente pela degradação de aminoácidos, principalmente da ornitina, um aminoácido derivado da arginina. Esse processo ocorre por meio de reações enzimáticas chamadas de descarboxilação de aminoácidos.
A liberação da putrescina é mediada por bactérias que quebram as proteínas em compostos menores. A combinação da putrescina com outros compostos da decomposição, como o enxofre, intensifica o odor.
A influência da putrescina
A observação dos especialistas, que descrevem toda essa influência da putrescina no comportamento humano em um artigo da revista Frontiers in Psychology, é que mesmo uma breve exposição à substância mobiliza respostas de gerenciamento de ameaças projetadas para lidar com ameaças ambientais.
Os próximos passos da ciência envolvem entender a natureza precisa da ameaça produzida pela putrescina, e por que traz à tona essas consequências.
Ciência e morte
A morte é um assunto misterioso, e justamente por isso, deixa os cientistas de cabelo em pé para desvendar o máximo possível. Estudos já permitiram perceber, por exemplo, como é a sensação de morrer e o que acontece com o corpo após a morte.
Fonte: National Library of Medicine