Experiências de quase morte não são apenas alucinações, segundo estudo
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
A ciência ainda enxerga experiências de quase morte como um verdadeiro enigma a ser decifrado — e não faltam relatos. Segundo um artigo publicado nos Annals of the New York Academy of Sciences, as células cerebrais não ficam irreversivelmente danificadas em poucos minutos de privação de oxigênio quando o coração para, o que sugere que essas experiências não são apenas alucinações.
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Normalmente, a experiência envolve a sensação de separação do corpo, consciência elevada e reconhecimento da morte, e em seguida, a análise das ações ao longo da vida (aquela famosa frase de que a vida passa como um filme, antes da morte). No entanto, conforme o artigo sugere, as experiências de quase morte não têm muito em comum com alucinações, ilusões ou experiências induzidas por drogas psicodélicas.
“As células cerebrais não ficam irreversivelmente danificadas em poucos minutos de privação de oxigênio quando o coração para. Em vez disso, elas 'morrem' ao longo de horas. Isso vem permitindo que os cientistas estudem objetivamente os eventos fisiológicos e mentais que ocorrem em relação à morte", apontam os pesquisadores responsáveis pelo artigo.
Alguns estudos já chegaram a sugerir que esse estado de consciência elevada pode estar atrelado ao surgimento de atividade gama e impulsos elétricos no cérebro no momento da morte, e a ideia dos pesquisadores por trás do artigo é aprofundar as análises em torno do tema, em busca de uma compreensão mais sólida.
“Poucos estudos exploraram o que acontece quando morremos de maneira objetiva e científica", justificam os cientistas. "Revisamos a literatura, com foco na morte, as experiências relembradas em relação à parada cardíaca e fenômenos relacionados. Identificamos questões e controvérsias relacionadas ao estudo da consciência e à experiência de parada cardíaca e morte em sujeitos que estiveram em coma", completam.
Fonte: Annals of the New York Academy of Sciences via IFL Science