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Como é a sensação de morrer? Eis o que a ciência descobriu até agora

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Julia Kadel/Unsplash
Julia Kadel/Unsplash

Já parou para pensar em como é a sensação de morrer? Sabemos que a morte (e principalmente o que acontece depois dela) é um verdadeiro mistério, mas a ciência reserva algumas respostas para a forma como o corpo humano se comporta em seus últimos momentos.

A medicina divide a morte em duas opções: a clínica, que ocorre com a falha do sistema cardiovascular, de modo que os órgãos param de ser supridos com oxigênio e nutrientes; e a cerebral, com a falha do cérebro, cerebelo e tronco cerebral. No primeiro caso, os médicos costumam tentar a famosa reanimação cardiopulmonar. O segundo caso já é um pouco mais delicado: embora certas células cerebrais ainda possam estar ativas, a "consciência" já foi perdida.

Como o corpo reage à morte?

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O processo de morte é acompanhado por uma série de sensações. A primeira coisa que os cientistas notaram é que os batimentos cardíacos ficam cada vez mais lentos, conforme a pressão arterial cai, a pele esfria e as unhas escurecem.

Com a queda de pressão, os órgãos funcionam cada vez menos. Enquanto isso, a respiração segue padrões automáticos gerados pelo centro respiratório no tronco cerebral. As pessoas que estão morrendo respiram profundamente, fazendo ruídos através da saliva no fundo da garganta. Eventualmente a respiração fica mais lenta e se torna muito superficial, até cessar.

Já no que diz respeito à consciência, pesquisas mostram que, mesmo perto da morte, o cérebro responde aos ruídos do ambiente a seu redor. Ainda assim, não se sabe quanto sentido as vozes de conhecidos fazem para uma pessoa que está morrendo, por exemplo.

Post mortem

Leva cerca de duas horas para que o corpo fique completamente rígido, o que ocorre por falta de produção de adenosina trifosfato (ATP), a principal molécula transportadora de energia nos seres vivos. Sem essa molécula, os músculos ficam completamente rígidos. Trata-se de um sinal chamado rigor mortis, costumeiramente utilizado pela ciência forense para reconhecer uma morte. Depois de 72 horas, aproximadamente, os músculos relaxam novamente.

Por sua vez, o trato gastrointestinal leva dois a três dias para morrer, e as bactérias que fazem parte dele aceleram a decomposição do corpo. Patógenos, no entanto, podem viver por vários dias em um cadáver, motivo que leva a todo um cuidado com o enterro de vítimas da covid-19, por exemplo. Os tecidos começam a se liquefazer após um mês da morte, e, no total, o processo de decomposição do corpo humano leva cerca de 30 anos.

Fonte: Science Focus, DW, Live Science