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Butantan desenvolve soro anti-COVID em cavalos e quer testar em humanos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 06 de Março de 2021 às 20h30

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Na busca por soluções e tratamentos contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2), o Instituto Butantan trabalha em um soro, produzido em cavalos, que pode ajudar a reduzir a letalidade e a gravidade da doença, aliviando o sistema de saúde. Agora, os pesquisadores do Instituto aguardam autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciarem a pesquisa de eficácia em humanos.

Segundo o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, o estudo inicial com o soro, produzido a partir de cavalos, seria desenvolvido com pacientes transplantados de rim do Hospital do Rim e com pacientes com comorbidades do Hospital das Clínicas, ambos na capital paulista.

Em nota, a Anvisa confirmou o recebimento do pedido de autorização dos testes em humanos e que ele estaria em análise técnica. No entanto, a agência ressaltou que o Butantan ainda não entregou o Dossiê Específico de Ensaio Clínico, um documento que deve conter o protocolo clínico do estudo a ser realizado. Com a entrega das pendências, é possível que a autorização seja concedida na próxima semana.

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Soro do Butantan contra a COVID-19

Até o momento, o soro do Butantan foi testado em animais, como coelhos e camundongos, liderados pelo infectologista Esper Kallás, da Universidade de São Paulo, e pelo nefrologista José Medina, que integram o Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo. Nesta etapa inicial, a terapia demonstrou diminuição da carga viral e perfil inflamatório reduzido nas cobaias do estudo preliminar. Outra descoberta é que os animais apresentaram preservação da estrutura pulmonar.

Vale explicar que este soro foi produzido a partir da inoculação do coronavírus inativo em cavalos. Com a invasão de um agente infeccioso, o corpo deses animais reage ao microrganismo e produz anticorpos para combater a infecção da COVID-19. Em seguida, o sangue dos equinos é coletado e os anticorpos produzidos são isolados. Após todo esse processo, é que o produto foi testado em roedores que foram inoculados previamente com coronavírus. Isso porque a ideia é desenvolver um remédio e, não, uma vacina

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“Este soro, em testes pré-clínicos, demonstrou que é seguro e efetivo em dois tipos de estudos animais”, afirmou Dimas Covas sobre os experimentos em animal. "Os animais que foram tratados tiveram o pulmão protegido, ou seja, não desenvolveram a forma fatal da infecção pelo coronavírus, mostrando que os resultados de estudos em animais são extremamente promissores. Esperamos que a mesma efetividade seja demonstrada agora nos estudos clínicos que poderão ser autorizados na próxima semana [pela Anvisa]", acrescentou Covas.

Agora, os pesquisadores querem avançar no estudo e esperam testá-lo em um número reduzido de voluntários. A ideia será verificar a segurança e a eficácia do soro em pacientes já infectados com o novo coronavírus. No momento, três mil frascos de soro estão prontos para o início imediato dos testes em humanos. Caso o soro demonstre resultados positivos em humanos, a terapia poderá ser usado para tratar pacientes que já estejam infectados e apresentem sintomas da COVID-19.

Fonte: Agência Brasil