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Batimentos cardíacos influenciam o momento em que a criança começa a falar

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Reynardo Etenia Wongso/Unsplash
Reynardo Etenia Wongso/Unsplash

Os batimentos cardíacos influenciam o momento em que a criança começa a falar. Essa é a descoberta de um estudo conduzido pela University of Houston e publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences

Os pesquisadores explicam que, para os bebês, produzir uma fala reconhecível é mais do que um processo cognitivo. É uma habilidade motora que exige coordenar múltiplos músculos em todo o corpo. E é justamente essa coordenação que está diretamente ligada às oscilações na frequência cardíaca.

Por isso, a equipe quis entender se essas oscilações têm a vez com o começo da fala em bebês de dois anos. E realmente: essas oscilações estão associadas à produção de uma fala reconhecível.

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“Em todos os mamíferos, a frequência cardíaca aumenta e depois diminui de forma constante em um padrão rítmico. Os bebês mostraram mais probabilidade de fazer uma vocalização quando a frequência cardíaca atingia um pico”, relatam os pesquisadores.

“Vocalizações produzidas no pico foram mais longas do que o esperado. Vocalizações produzidas logo antes do pico, enquanto a frequência cardíaca está desacelerando, tiveram mais probabilidade de serem reconhecidas como uma palavra”, complementam.

Desenvolvimento da fala

Para o estudo, a equipe mediu um total de 2.708 vocalizações emitidas por 34 bebês entre 18 e 27 meses de idade enquanto os bebês brincavam com um cuidador.

Dessas vocalizações, apenas 10,3% foram reconhecidas como palavras. A equipe considerou a dinâmica da frequência cardíaca de todos os sons feitos pela boca do bebê (como uma risada ou um pequeno resmungo).

“Cada som que uma criança faz ajuda seu cérebro e corpo a aprenderem como se coordenar um com o outro, eventualmente levando à fala”, concluem os cientistas.

A ideia é entender a relação do sistema nervoso autônomo (que controla funções a frequência cardíaca) e o desenvolvimento da fala. Com o decorrer de novos estudos, isso pode até ajudar a comunidade científica a descobrir os fatores de risco para o desenvolvimento atípico da linguagem. Seria um grande avanço, já que atualmente a ciência consegue até detectar sinais de autismo na fala

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Fonte: University of Houston