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Baby talk | Por que falamos diferente e mais claro com bebês e filhotes?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 03 de Julho de 2023 às 12h36

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nd3000/envato
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Quem já conviveu com bebês ou filhotinhos de animais de estimação sabe bem: muitos adultos usam um tom de voz diferenciado para se comunicar com os pequenos. Chamado popularmente no Brasil de "tatibitati" ou mesmo “baby talk”, esse tipo de fala é caracterizada por um exagero nos sons, redução de frases e um ritmo musical. Acima de tudo, a articulação das sílabas é mais clara, um tipo de esforço para melhorar a compreensão. Graças a novas pesquisas, estamos descobrindo as baseis cerebrais e psicológicas desse comportamento.

Uma equipe internacional de pesquisadores, que trabalharam no Laboratório de Ciências Cognitivas e Psicolinguística do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França (CNRS, na sigla francófona) verificou a reação de mães humanas quando expostas a bebês e filhotinhos, mais especificamente seu comportamento vocal, indicativo de estados emocionais. Um estudo detalhando os resultados foi publicado no periódico científico Journal of Child Language.

Pequenos fofos e mudanças na fala

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Estudando 10 mães australianas, os cientistas observaram como sua fala era em relação a seus filhos humanos, aos 6 meses de idade, a outros adultos e a seus animais de estimação em conversas com 10 minutos de duração. O modo como as vogais eram pronunciadas recebeu atenção, em particular, já que são bastante expressivas. Foram medidas as emoções expressadas de acordo com adultos que não estavam cientes do contexto em que as mães se encontravam, além de estudadas as características acústicas da fala.

Os resultados mostraram que as mães eram mais articuladas e expressavam emoções mais positivas quando falavam com seus animais de estimação e seus bebês humanos, e, em ambas as situações, o alcance maior desses sentimentos salutares correspondeu com as mudanças na vocalização.

Em estudos anteriores, a ciência já concluiu que as hiper vocalizações, ou “baby talk”, ajudam bebês humanos a processar e aprender melhor a nossa linguagem, já que é transmitida de maneira mais intuitiva e cortando intermediários complexos. É mais fácil prender a atenção dos infantes dessa maneira, e eles tendem a ter mais vocabulário nessas condições.

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Os filhotes animais que temos em casa não vão, é claro, aprender a linguagem humana, mas é interessante notar que a reação que geram em nós é a mesma — ou, ao menos, é bastante semelhante — que gerada por nossos próprios bebês. De acordo com os pesquisadores, esses achados mostram que, em estudos futuros, vale a pena investigar mais a fundo a relação da fala materna com o estado emocional de quem a está produzindo.

Fonte: Journal of Child Language, EurekAlert!