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Bactéria da boca pode ajudar no combate ao câncer de cabeça e pescoço

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asierromero/Freepik
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Na Inglaterra, pesquisadores do King's College London descobriram que as bactérias do gênero Fusobacterium podem ajudar no tratamento do câncer de cabeça e pescoço. Normalmente encontrado na boca, o patógeno consegue “derreter” as células cancerígenas em experimentos de laboratório. 

O potencial uso oncológico da bactéria da boca ainda precisa ser melhor estudado, já que os cientistas não sabem quais mecanismos são usados para combater as células dos tumores de cabeça e pescoço. Também não se sabe se a estratégia pode ser induzida no paciente vivo, como uma terapia. Afinal, nem sempre o que é visto no laboratório se confirma em estudos clínicos.

Outra potencial vantagem associada à bactéria na boca é que, segundo os pesquisadores ingleses, pacientes com níveis elevados de Fusobacterium tendem a apresentar melhores respostas ao tratamento oncológico. Novamente, a causa precisa ser melhor investigada.

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Bactéria da boca e tratamento do câncer

Publicado na revista Cancer Communications, o recente estudo aumenta a compreensão sobre o impacto das bactérias que vivem no organismo com a saúde humana. Sabe-se que, por exemplo, uma microbiota intestinal pouco diversa está associada a um risco aumentado de doenças, mas o entendimento sobre a importância dos micróbios que vivem na boca é menor.

O estudo sobre a importância desse gênero de bactérias começou com a observação de que pacientes com mais bactérias do tipo Fusobacterium apresentam um prognóstico melhor, com o tratamento do câncer de cabeça e pescoço, do que os que têm baixos níveis. É como se o agente infeccioso funcionasse como um biomarcador das chances de remissão (ou mesmo cura).

Em seguida, foram realizados os testes de laboratório. Após infecção pelas bactérias do gênero Fusobacterium, foi observada uma redução de 70% a 99% no número de células cancerígenas viáveis ​​nas culturas. A destruição ocorre a partir da liberação de moléculas tóxicas.

“A detectabilidade do Fusobacterium aumenta a sobrevivência no HNSCC [carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço], enquanto sua presença na cultura é tóxica para o HNSCC”, afirmam os autores.

Em ambos os casos, será necessário realizar mais testes antes que a bactéria da boca se torne um biomarcador oficial e que possa ser usada diretamente no tratamento dos pacientes com câncer.

Inclusive, há um potencial problema envolvendo a bactéria do tipo Fusobacterium como tratamento. Anteriormente, estudos descobriram que o patógeno é associado à progressão do câncer de intestino, o que apenas reforça a necessidade de mais pesquisas a partir deste achado.

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Fonte: Cancer Communications, King's College London