Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

BA.2.75.2: nova cepa da Ômicron pode escapar de anticorpos, revela estudo

Por| Editado por Luciana Zaramela | 17 de Outubro de 2022 às 19h40

Link copiado!

frender/envato
frender/envato

Cientistas identificaram uma nova descendente da Ômicron e, em testes de laboratório, a BA.2.75.2 parece escapar de parte significativa dos anticorpos produzidos contra a doença. No entanto, a equipe explica que a defesa do organismo não é nula. Por enquanto, poucos casos da cepa do vírus da covid-19 foram identificadas no mundo e mais pesquisas são necessárias.

Publicado na revista científica The Lancet Infectious Diseases, o estudo sobre a cepa foi liderado por pesquisadores do Instituto Karolinska (IK), na Suécia. Segundos autores, a variante da Ômicron é mais resistente que as outras cepas até então descobertas e não é afetada pela maioria dos anticorpos monoclonais utilizados em experimentos in vitro.

Estudo descobre que nova variante da Ômicron pode escapar de anticorpos

Continua após a publicidade

"Embora a imunidade do anticorpo não tenha desaparecido completamente, BA.2.75.2 exibiu uma resistência muito mais dramática do que as variantes que estudamos anteriormente, em grande parte impulsionadas por duas mutações no domínio de ligação ao receptor da proteína spike (S)", explica Ben Murrell, um dos autores do estudo, em comunicado.

Segundo a equipe de cientistas, a nova cepa da Ômicron é seis vezes menos responsiva aos anticorpos neutralizantes do que a atual variante dominante: a BA.5. Como apontado, isso pode ser explicado por duas mutações que contribuem para sua “resistência significativamente aumentada”.

Além disso, os pesquisadores testaram a eficácia de anticorpos monoclonais (sintéticos) contra o vírus em laboratório. No experimento, apenas o bebtelovimab demonstrou neutralizar “de forma potente” a BA.2.75.2. Estes compostos são normalmente usados no tratamento de pessoas com alto risco de desenvolver formas graves da covid-19.

Continua após a publicidade

O que sabemos sobre a BA.2.75.2?

Até agora, a cepa BA.2.75.2 foi identificada em alguns países, como os Estados Unidos. Por lá, esta variante do vírus da covid-19 é responsável por 1,4% dos casos totais, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Esta porcentagem é ainda baixa e, por isso, os pesquisadores ainda não conseguem prever qual será o movimento desta cepa, sendo que ela pode crescer ou decair.

Situação é de risco para a saúde pública?

No momento, não se sabe se a nova cepa irá se tornar predominante — assumindo o lugar da BA.5 — e nem se ela impactará o número de hospitalizações. Outro ponto que deve ser entendido é qual o impactado da BA.2.75.2 em pessoas que receberam as vacinas adaptadas contra a Ômicron. “Esperamos que elas sejam benéficas, mas ainda não sabemos o quanto”, pontua Murrell.

Continua após a publicidade

Vale lembrar que, além da resposta imune humoral (aquela feita através dos anticorpos), o corpo também usa a resposta adaptativa. Esta depende de outras células do sistema de defesa, como as células T, e ataca patógenos específicos. Somente é desenvolvida após um contato anterior com o agente infeccioso ou no pós-vacinação, e é fundamental para manter o corpo saudável. O atual estudo não mediu este nível de defesa contra a nova cepa da covid.

Fonte: The Lancet Infectious Diseases e IK