Publicidade

Além de anticorpos: dose de reforço produz mais tipos de defesa contra a Ômicron

Por| Editado por Luciana Zaramela | 10 de Fevereiro de 2022 às 10h40

Link copiado!

Rido81/Envato Elements
Rido81/Envato Elements

Pesquisadores norte-americanos descobriram que as doses de reforço da vacina contra a covid-19 turbinam a produção de outros agentes do sistema imunológico, como as células T. Este tipo de linfócito ajuda a eliminar a variante Ômicron (B.1.1.529) do coronavírus SARS-CoV-2 e impede, na maioria dos casos, infecções graves. Do outro lado, os anticorpos sozinhos parecem não ser tão bem-sucedidos nessa tarefa.

Publicado na revista científica Cell, o estudo sobre a importância das células T nas defesas contra a Ômicron foi liderado por pesquisadores do Massachusetts General Hospital (MGH), nos Estados Unidos. Tanto os vacinados (2 doses) quanto aqueles que já se infectaram também possuem esses linfócitos, mas em concentrações menores.

Continua após a publicidade

“Semelhante aos estudos com anticorpos [neutralizantes], nosso estudo também fornece um impulso adicional para as pessoas receberem vacinas de reforço para ajudar a proteger contra a Ômicron, aumentando substancialmente sua imunidade com as células T”, afirma Gaurav Gaiha, médico do MGH e pesquisador do Ragon Institute, em comunicado.

Estudo sobre as células T

No estudo norte-americano, a equipe de pesquisadores coletou amostras de sangue de 76 voluntários, com mais de 18 anos, na cidade de Chelsea, no estado de Massachusetts. Estes indivíduos poderiam ser vacinados ou não-vacinados e já terem se contaminados pelo coronavírus ou não. Aqui, a ideia era analisar dados diversos para avaliar as variações do sistema imune.

A partir das amostras, os cientistas descobriram níveis de células T em todos os indivíduos que receberam algum estímulo contra o vírus. A seguir, confira os perfis:

Continua após a publicidade
  • Indivíduos com infecção prévia;
  • Pessoas vacinadas (2 doses);
  • Voluntários que foram vacinados e infectados;
  • Participantes com a dose de reforço.

"Descobrimos que as células T da maioria dos indivíduos mantiveram seu reconhecimento da Ômicron, mesmo quando os anticorpos não o fizeram. Esta é uma boa notícia", explicou Anusha Nathan, do Ragon Institute.

No entanto, cerca de 20% dos indivíduos apresentavam células T significativamente reduzidas, apesar da infecção ou vacinação prévia. Nesse contexto, determinadas características genéticas foram associadas a essa resposta menor. No entanto, a dose de reforço conseguiu aumentar as respostas das células T em vinte vezes.

"Nossas descobertas devem fornecer alguma garantia para a população em geral de que a grande maioria dos indivíduos previamente infectados e vacinados deve ter uma resposta de células T à [variante] Ômicron que oferece proteção contra formas graves da covid-19", completou o pesquisador Gaiha.

Continua após a publicidade

Fonte: Cell e Ragon Institute