BA.2: por que a subvariante da Ômicron aponta para a importância da 4ª dose?
Por Fidel Forato | Editado por Luciana Zaramela | 30 de Março de 2022 às 18h18
No mundo, a subvariante BA.2, também conhecida como a Ômicron silenciosa, já é predominante, segundo levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS). Diante dos riscos de um aumento de casos provocados pela cepa da covid-19 mais transmissível, autoridades de saúde começam a indicar a quarta dose da vacina. Esta pode ser chamada como a segunda dose do reforço.
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Nesta terça-feira (30), a equipe do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) reforçou a importância de que pessoas com mais de 50 anos recebam a quarta dose da vacina contra covid. No Brasil, o Ministério da Saúde orienta a aplicação da dose extra em idosos com mais de 80 anos e alguns estados já imunizam quem tem 60 anos ou mais.
Para a diretora do CDC, Rochelle Walensky, o novo reforço “é especialmente importante para aqueles com 65 anos ou mais e aqueles com 50 anos ou mais com condições médicas subjacentes que aumentem o risco para formas graves da covid-19", como comorbidades.
Por que a quarta dose da vacina é importante?
“As evidências atuais sugerem algum declínio da proteção ao longo do tempo contra formas graves da covid-19 em indivíduos mais velhos e imunocomprometidos", explicou Peter Marks, na terça-feira (29). Marks é diretor do Centro de Avaliação e Pesquisa Biológica de um outro órgão de saúde dos EUA, a agência Food and Drug Administration (FDA).
"Com base em uma análise de dados emergentes, uma segunda dose de reforço da vacina Pfizer/BioNTech ou da Moderna pode ajudar a aumentar os níveis de proteção para esses indivíduos de alto risco”, completou Marks.
Na mesma linha de raciocínio, o epidemiologista da Universidade da Califórnia em Los Angeles, Robert Kim-Farley, alertou para a queda natural da imunidade contra a covid com o passar dos meses. "Em alguns estudos, uma quarta dose foi capaz de trazer o nível de anticorpos de volta ao que era logo após a terceira. Isso provoca proteção adicional”, afirmou o especialista em entrevista para o jornal LA Times.
Apesar de ser possível medir a produção de novos anticorpos com o reforço e saber que não existem riscos de segurança, os cientistas ainda avaliam a qualidade da taxa de imunogenicidade, ou seja, o quão bem as atuais vacinas provocam uma resposta imune. Para entender a questão, um estudo israelense está em andamento.
Vale lembrar que, até então, a quarta dose da vacina só estava autorizada para pessoas com mais de 12 anos, desde que apresentassem algum grau de imunossupressão (imunossuprimidas). A limitação valia tanto para os EUA quanto para o Brasil.