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Anvisa aprova Wegovy para tratamento de obesidade em adolescentes

Por| Editado por Luciana Zaramela | 26 de Setembro de 2023 às 15h14

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Dolgachov/Envato Elements
Dolgachov/Envato Elements

Nesta semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ampliou a autorização de uso do remédio injetável Wegovy (semaglutida 2,4 mg) no tratamento da obesidade e do sobrepeso. Agora, a medicação — ainda não disponível no Brasil — poderá ser prescrita para adolescentes com 12 anos ou mais. Desde de janeiro deste ano, o uso era exclusivo para quem tivesse mais de 18 anos.

Para autorizar a ampliação da licença de uso, a Anvisa se baseou em estudos clínicos da farmacêutica dinamarquesa Nova Nordisk que apontaram que a medicação, usada uma vez por semana, pode contribuir com a redução de 16,1% do Índice de Massa Corporal (IMC) em adolescentes com obesidade.

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Apesar dos efeitos significativos na mudança do peso corporal, a medicação Wegovy não é uma “fórmula mágica”. O emagrecimento é um processo que envolve a prática regular de exercícios físicos e mudanças na alimentação — normalmente, a dieta envolve restrição calórica.

Obesidade entre os adolescentes brasileiros

Quando chegar ao Brasil e dependendo do nível de acessibilidade, o que envolve os custos do tratamento para os pacientes, o remédio semaglutida pode ter um efeito significativo na saúde pública. Afinal, segundo o Atlas Mundial da Obesidade 2023, o país terá 7,7 milhões de crianças e adolescentes com obesidade até 2030.

Hoje, sabe-se que o peso corporal elevado pode ser um fator de risco para outras doenças, como diabetes tipo 2, doenças cardíacas, apneia obstrutiva do sono, doença hepática gordurosa não alcoólica e certos tipos de câncer.

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Em estudos com adultos, já se observou que o Wegovy reduz o risco de problemas cardíacos em 20%. Nas pesquisas futuras, é possível que o mesmo efeito seja confirmado entre os mais jovens.

Qual o efeito do Wegovy na perda de peso para adolescentes?

Para avaliar a segurança e a eficácia do Wegovy no público juvenil, os pesquisadores desenharam o estudo Step Teens, no qual foram recrutados 201 adolescentes com obesidade. Os voluntários foram divididos em dois grupos, sendo que apenas um recebia a medicação injetável. Os outros aplicavam um placebo, ou seja, substância não associada com a perda de peso. Independente do grupo, o tratamento durou 68 semanas — mais de 15 meses.

Após analisar os resultados, os pesquisadores concluíram que a alteração média do IMC entre os adolescentes foi de 16,1%, quando usaram a semaglutida. Além disso, 77% dos pacientes que receberam o Wegovy tiveram uma redução do IMC de pelo menos 5%. No grupo controle, apenas 20% dos jovens tiveram uma diminuição igual ou superior a essa.

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Durante todo o período de avaliação, os jovens e os responsáveis receberam orientações sobre as melhores escolhas alimentares e a importância da prática de atividade física.

Remédios para controle da obesidade no Brasil

É importante lembrar que, nesta semana, a Anvisa também autorizou o uso da medicação injetável Mounjaro (tirzepatida), da Eli Lilly. De forma off label (fora da bula), a medicação é usada para perda de peso de forma semelhante ao Ozempic — outra formulação da Nova Nordisk que tem como princípio ativo da semaglutida —, ambos estão autorizados apena para o tratamento do diabetes tipo 2 no Brasil.

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Por enquanto, o Wegovy — oficialmente autorizado para a perda de peso em casos de obesidade ou sobrepeso pela Anvisa — não está disponível para venda no Brasil, independente da faixa etária. Em nota, a empresa afirma que “não há data prevista de lançamento no País”. Nos Estados Unidos, a medicação é vendida desde 2021.

Fonte: Anvisa