Anvisa alerta sobre casos raros da síndrome de Guillain-Barré pós-vacinação
Por Fidel Forato | Editado por Luciana Zaramela | 29 de Julho de 2021 às 14h52
Nesta quinta-feira (29), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) confirmou o registro de casos raros de síndrome de Guillain-Barré (SGB) após a vacinação contra a COVID- 19 no Brasil. Em comunicado, a agência explicou que, até o momento, 34 casos do efeito adverso considerado raro foram registrados, e que segue recomendando os imunizantes contra o coronavírus SARS-CoV-2.
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Do total de registros da síndrome de Guillain-Barré, a Anvisa detalha que 27 notificações foram feitas após o uso da vacina Covishield (AstraZeneca/Oxford). Além disso, outros quatro com a CoronaVac (Sinovac/Butantan) e outros três casos ocorreram com a vacina da Janssen (Johnson & Johnson).
"É importante destacar que a Anvisa mantém a recomendação pela continuidade da vacinação com todas as vacinas contra COVID-19 aprovadas pela Agência, dentro das indicações descritas em bula, uma vez que, até o momento, os benefícios das vacinas superam os riscos", pontua a agência em nota.
Além disso, já foi solicitado que as empresas responsáveis pela regularização das vacinas AstraZeneca, Janssen e CoronaVac incluam nas bulas dos respectivos produtos informações sobre o possível risco da síndrome de Guillain-Barré.
Primeiros sinais do efeito adverso raro
De acordo com a Anvisa, a maior parte dos pacientes percebe, inicialmente, o quadro da síndrome de Guillain-Barré a partir de uma sensação de dormência ou queimação nas extremidades dos membros inferiores (pés e pernas) e, em seguida, superiores (mãos e braços).
Outra característica — identificada por pelo menos 50% dos casos — é a presença de dor neuropática (provocada por lesão no sistema nervoso) lombar ou nas pernas. Além disso, a fraqueza progressiva é o sinal mais perceptível, ocorrendo geralmente na seguinte ordem: membros inferiores; braços; tronco; cabeça; e pescoço.
Quem apresentar indicativo do quadro, deve procurar atendimento médico imediato. Pessoas imunizadas também devem se atentar a outros sinais e sintomas, como visão dupla ou dificuldade em mover os olhos, dificuldade de engolir, falar ou mastigar. Também devem ficar atentas a problemas de coordenação e instabilidade, dificuldade em caminhar e sensações de formigamento.
Vale explicar que a síndrome de Guillain-Barré é considerada um distúrbio neurológico autoimune raro, no qual o sistema imunológico danifica as células nervosas. Fora da COVID-19, os episódios pós-vacinação já eram conhecidos e relacionados a outras vacinas, como a da influenza (gripe). A maioria das pessoas se recupera totalmente do distúrbio, mas, caso o tratamento não seja iniciado, há risco de óbito.
Fonte: Anvisa