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Anticorpo monoclonal reduz taxa de rejeição após transplante de órgãos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 31 de Agosto de 2023 às 17h54

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iLexx/Envato Elements
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Com o transplante de coração feito no apresentador de TV Fausto Silva, o Faustão, nunca se debateu tanto sobre as questões que envolvem os transplantes de órgãos no país. No entanto, o que pouca gente sabe é que, mesmo depois da cirurgia, há risco de complicações, já que o novo órgão pode ser rejeitado. Para reduzir essa probabilidade, pesquisadores desenvolvem novas terapias, como os anticorpos monoclonais, com menos efeitos colaterais.

Os esforços por desenvolver um novo anticorpo sintético capaz de diminuir o risco de rejeição após um transplante de órgão são liderados por pesquisadores da Universidade de Duke, nos Estados Unidos. Em artigo publicado na revista Science Translational Medicine, os cientistas confirmam que o medicamento é eficaz e seguro em animais, e que está pronto para os primeiros testes em humanos.

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“Esses dados apontam o [anticorpo] AT-1501 como um agente seguro e eficaz para promover a sobrevivência após os transplantes de células de ilhotas pancreáticas e de rins, e nos permitem avançar imediatamente para os ensaios clínicos”, afirma Allan Kirk, professor da universidade e um dos autores do estudo, em nota.

Novos medicamentos para quem passou por um transplante

“Os medicamentos atuais para prevenir a rejeição de órgãos são bons em geral, mas têm muitos efeitos colaterais”, explica Imran J. Anwar, outro autor do estudo. Inclusive, é isto que tem motivado a busca por novos tratamentos, melhorando a qualidade de vida dos pacientes após os transplantes.

A questão, segundo Anwar, é que os remédios suprimem o sistema imunológico, o que aumenta o risco de infecções das mais variadas e pode ser associada até a lesões nos órgãos. Em alguns casos, os medicamentos imunossupressores também estão relacionados com aumento da incidência de diabetes e de hipertensão (pressão alta).

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Entenda os testes com o anticorpo monoclonal

No atual estudo, os pesquisadores analisaram os efeitos do anticorpo monoclonal AT-1501 após transplantes de rins e de células pancreáticas em macacos. Os melhores resultados foram obtidos após o transplante renal, já que as cobaias não apresentaram sinais de rejeição e nem precisaram de medicamentos imunossupressores adicionais. Além disso, não foi identificada a formação de coágulos.

Nos animais que receberam os transplantes de células de ilhotas pancreáticas, o anticorpo não reduziu em 100% a chance de rejeição. No entanto, a medicação foi eficaz quando combinada com outros agentes imunossupressores. Neste caso, reduziram significativamente o risco de infecções e não foram associados com a perda de peso do macaco após o procedimento.

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“Esta abordagem menos tóxica [dos medicamentos para quem faz transplantes] é buscada há mais de 20 anos e penso que estamos finalmente num ponto de virada”, afirma o cientista Kirk. Nesse sentido, o novo anticorpo pode ser “um grande avanço para pessoas que necessitam de transplantes de órgãos”, completa.

Fonte: Science Translational Medicine e Universidade Duke