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Anticorpo monoclonal de Havard é eficaz contra todas as variantes da covid

Por| Editado por Luciana Zaramela | 24 de Agosto de 2022 às 16h10

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iLexx/Envato Elements
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Nos Estados Unidos, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Harvard anunciaram a descoberta de um anticorpo monoclonal que é eficaz contra todas as variantes conhecidas do coronavírus SARS-CoV-2. É o que aponta os resultados dos testes feitos em laboratório com diferentes cepas do vírus da covid-19. Pesquisa ainda deve avançar para testes com humanos.

Publicado na revista Science Immunology, o estudo aponta que o uso deste tipo de anticorpo pode fornecer novas alternativas para o tratamento da covid-19, além das vacinas e dos antivirais. Isso porque, apesar do controle da maioria dos casos, a doença ainda é responsável por óbitos em todo o mundo.

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Observando os óbitos da covid-19 durante a última semana no Brasil, o número ainda é expressivo. Segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), foram notificadas 1.113 mortes nos últimos sete dias. Diante desse cenário, alternativas de tratamento ainda são necessárias, especialmente para grupos de risco, como os idosos.

Como funciona o anticorpo contra variantes da covid?

No estudo, os pesquisadores de Harvard contaminaram camundongos com o vírus original do coronavírus — aquela cepa que foi encontrada na cidade chinesa de Wuhan, no final de 2019. Cada um dos nove anticorpos produzidos pelos roedores como forma de defesa da infecção foi analisado pela equipe.

Em seguida, estes anticorpos foram testados contra as variantes conhecidas do vírus da covid-19, como Alfa (B.1.1.7), Beta (B.1.351), Delta (B.1.671.2), Gama (P.1) e Ômicron (BA.1). Entre os anticorpos testados, apenas o SP1-77 foi capaz de neutralizar todas as variantes. Agora, sua fórmula foi sintetizada em laboratório e, em breve, deve ser testada em células humanas e em pessoas doentes, conforme avançam os testes com esta proteína promissora.

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Qual a diferença do anticorpo monoclonal de Harvard?

“O SP1-77 se liga à proteína spike [presente na membrana do vírus] em um local que até agora não sofreu mutação em nenhuma variante e neutraliza essas variantes por um novo mecanismo”, explica Tomas Kirchhausen, um dos autores do estudo e professor da Universidade de Harvard, em comunicado.

Vale lembrar que, com a pandemia, diferentes farmacêuticas já produziram versões de anticorpos monoclonais para controlar o coronavírus SARS-CoV-2, como a AstraZeneca e Eli Lilly. Caso o novo anticorpo obtenha bons resultados, ele pode ser mais uma alternativa ao combate da covid. Recentemente, uma equipe de cientistas descobriu um anticorpo eficaz contra a malária.

Fonte: Science Immunology, Conass e Harvard