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Amostras de esgoto indicam que coronavírus já estava no Brasil antes da pandemia

Por| Editado por Luciana Zaramela | 02 de Julho de 2020 às 20h00

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CDC/Unsplash
CDC/Unsplash

Nesta quinta-feira (2), a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) divulgou uma descoberta: partículas de SARS-CoV-2 encontradas em duas amostras do esgoto de Florianópolis colhidas em 27 de novembro de 2019, dois meses antes do primeiro caso clínico ser relatado no Brasil.

De acordo com a professora da UFSC Gislaine Fongaro, foram analisadas amostras de esgoto do final de outubro até o início de março. “Acessamos amostras congeladas do esgoto bruto para investigar o material como ferramenta epidemiológica”, afirma. Esse é o relato da primeira presença confirmada do vírus nas Américas. No entanto, estudos semelhantes encontraram o SAR-CoV-2 no esgoto de Wuhan, na China, em outubro. Na Itália, a primeira delas datava do início de dezembro.

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“É um trabalho do LVA, com parcerias interlaboratoriais. Ficamos um pouco desconfiados com os primeiros resultados, mas a gente repetiu todos os dados, fazendo testes no laboratório do Hospital Universitário, e rastreamos o genoma do vírus. Tivemos o cuidado de realizar um teste interlaboratorial, e não foi feito um único marcador viral, vários marcadores do vírus foram usados para reconfirmar. Estamos bem tranquilos quanto ao resultado”, explica a orientadora.

A carga constatada em 27 de novembro foi de 100 mil cópias de genoma do vírus por litro. Depois disso, novas amostras deram positivo em doses mais elevadas em 11 de dezembro e 20 de fevereiro, até que em 4 de março a carga de SARS-CoV-2 chegou a um milhão de cópias de genoma por litro de esgoto. “As pessoas não precisam ficar apavoradas com contaminação. O esgoto só é uma representatividade do que já tem na população”, relembra a professora. A descoberta só foi possível porque pôde acessar amostras que já eram coletadas por outros estudos.

Fonte: UFSC