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Agência federal dos EUA testa vacina universal contra gripe em humanos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 02 de Junho de 2021 às 13h30

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microgen/Envato
microgen/Envato

Anualmente, pesquisadores desenvolvem versões atualizadas da vacina contra a gripe (influenza), garantindo que haja proteção imunológica contra as variantes do agente infeccioso que estão em circulação. Nesse cenário, diferentes estudos buscam um imunizante universal contra influenza e que possa gerar uma proteção duradora e proteger contra inúmeras cepas. Agora, cientistas dos Institutos Nacionais da Saúde (NIH), dos Estados Unidos, testam um imunizante universal em humanos.

Os esforços por uma vacina universal contra a gripe são liderados pela pesquisadora Alicia Widge no estado norte-americano de Maryland. Atualmente, na Fase 1 dos estudos clínicos, a equipe investiga a segurança e a imunogenicidade do imunizante FluMos-v1.  A fórmula contém nanopartículas do vírus da gripe projetada para fornecer proteção duradoura contra múltiplas cepas da influenza. 

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Como funcionam os testes para a vacina universal contra a gripe?

Na Fase 1, o estudo da vacina FluMos-v1 busca inscrever até 35 voluntários saudáveis com idades entre 18 e 50 anos. Desse grupo, 15  participantes devem receber um placebo, no caso uma vacina comum contra a gripe, já usada e licenciada nos EUA, e servirão como parâmetro da pesquisa.

Enquanto isso, outros 5 participantes receberão uma dose de 20 microgramas da vacina experimental, através de uma injeção intramuscular. Caso a dosagem da FluMos-v1 não cause reações adversas indesejadas e demonstre segurança, 15 voluntários adicionais receberão uma dose de 60 mcg da vacina experimental. 

Por uma semana após a vacinação, os participantes terão que responder um relatório diário, no qual poderão relatar qualquer sinal ou sintoma, como vermelhidão, dor ou inchaço no local da aplicação, cansaço, dor de cabeça, dores musculares ou nas articulações. Além disso, os voluntários precisarão aferir a temperatura todos os dias dessa primeira semana.

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No total, o NIH acompanhará os participantes do estudo por 40 semanas — o período da temporada da gripe — e os voluntários precisarão visitar o centro de pesquisa periodicamente para a coleta de amostras de sangue e da mucosa oral. Essas amostras permitirão que os cientistas avaliem os níveis de anticorpos produzidos e definirão se ocorre resposta imune, diretamente, na mucosa oral à vacina.

Entenda a estratégia da potencial vacina contra a gripe

De forma geral, as vacinas contra a gripe são pensadas a partir das mutações em uma parte específica do vírus influenza, a proteína hemaglutinina (HA). Devido à diversidade das variantes do agente infeccioso, o imunizante costuma ser tetravalente, ou seja, foi desenvolvido a partir de quatro cepas do vírus —  no caso, duas cepas de influenza tipo A do subtipo H1 e H3 e duas cepas de influenza tipo B. Se a vacina não tiver selecionado as variantes que predominarão na temporada da gripe, os anticorpos produzidos contra mutações específicas podem fornecer uma proteção abaixo do ideal.

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No entanto, ao contrário das vacinas convencionais contra a gripe que carregam uma cópia dos quatro tipos de HA selecionados, a FluMos-v1 traz  várias cópias de cada um dos quatro tipos de HA, já que se tratam de nanopartículas. É como se os padrões repetidos nas estruturas das nanopartículas enviassem um forte sinal ao sistema imunológico e gerassem uma resposta robusta de anticorpos, esperam os cientistas.

Anteriormente, a fórmula já demonstrou eficácia em modelos animais, como camundongos, furões e macacos, quando foi comparada a resposta imunológica da FluMos-v1 com a de outra vacina tetravalente contra a gripe. No caso, a vacina universal conseguiu induzir a produção de anticorpos para dois subtipos de influenza tipo A (H5 e H7) que não estavam em sua fórmula. 

Fonte: NIH