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Adoçante eritritol pode aumentar risco de ataque cardíaco e AVC

Por| Editado por Luciana Zaramela | 28 de Fevereiro de 2023 às 16h45

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Fidel Forato/Canaltech
Fidel Forato/Canaltech

Usado para adoçar cafés, chás e diferentes tipos de alimentos, o adoçante eritritol pode aumentar o risco de problemas cardíacos, como Acidente Vascular Cerebral (AVC), também conhecido como derrame, e de ataque cardíaco (infarto). É o que aponta um recente estudo, liderado por cientistas do centro médico Cleveland Clinic, nos Estados Unidos.

"Nossos achados revelam que o eritritol está associado ao maior risco de Ecam [eventos cardiovasculares adversos maiores] e de trombose", afirmam os autores do estudo, que foi publicado na revista científica Nature Medicine. Para chegar a esta conclusão, foram analisados dados médicos de mais de 4 mil pessoas que vivem nos Estados Unidos e na Europa.

Aqui, é importante destacar que o uso diário do adoçante não vai obrigatoriamente causar estas complicações que afetam a saúde do coração. Isso porque o que o estudo demonstrou foi apenas a maior probabilidade. Para entender, é como dizer que fumar aumenta o risco de câncer de pulmão. Só que, hoje, as evidências dos riscos do eritritol ainda não são tão sólidas quanto as do tabagismo associado os casos oncológicos. Inclusive, associação brasileira questiona as conclusões do estudo.

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O que é eritritol?

Antes de seguirmos, vale explicar que o adoçante eritritol ou álcool de açúcar é obtido através da fermentação do milho e é quase tão doce quanto o açúcar refinado — tem cerca de 70% da doçura. Nos últimos anos, seu uso tem se popularizado por ser uma opção com baixa caloria e baixo teor de carboidratos, sendo uma opção para pessoas com obesidade, diabetes e outras síndromes metabólicas.

Segundo os autores do estudo, um dos problemas associados ao uso do eritritol é que o adoçante é pouco metabolizado pelo organismo. Dessa forma, o composto que entra junto aos alimentos ou bebidas se mantém quase intacto na corrente sanguínea e é eliminado apenas pela urina. O acúmulo da substância no sangue é o fator preocupante.

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Como o adoçante pode aumentar o risco de ataque cardíaco e AVC?

Para entender os efeitos do eritritol, a equipe de pesquisadores realizou diferentes experimentos. Na primeira etapa, foi identificado que o adoçante aumenta a reatividade plaquetária in vitro (em laboratório) e a formação de tromboses in vivo — estas condições estão diretamente relacionadas com o risco, por exemplo, de um AVC, quando um trombo (coágulo) entope uma das artérias do cérebro.

Na outra etapa, os cientistas realizaram uma análise prospectiva e descobriram que o consumo do adoçante por um pequeno grupo de pessoas induziu a aumentos sustentados da atividade plaquetária, reforçando as descobertas em laboratório. Em outras palavras, o risco de complicações cardiovasculares estava aumentado.

Para o cientista Stanley Hazen, um dos autores do estudo, são necessárias mais pesquisas sobre os efeitos do adoçante a longo prazo no organismo. “Precisamos garantir que os alimentos que ingerimos não sejam colaboradores ocultos [para doenças cardiovasculares]”, acrescenta em comunicado.

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Posicionamento da Abiad sobre o uso do eritritol 

Em nota enviada ao Canaltech, a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (Abiad) reforça a segurança dos adoçantes com baixo teor calórico ou sem calorias, como o eritritol. "Antes de serem aprovados para uso no mercado, todos foram submetidos a uma avaliação completa de segurança pela autoridade regulatória competente" de cada país, explica a entidade. 

"A entidade internacional de edulcorantes, ISA (International Sweeteners Association), destacou recentemente que adoçantes sem ou de baixas calorias podem ajudar a reduzir a ingestão de açúcares e fazer parte de uma alimentação e de um estilo e vida equilibrados e saudáveis, inclusive para pessoas com ou em risco de doença cardíaca", acrescenta a associação.

Além de reforçar a questão da segurança do consumo, a Abiad destaca que, no atual estudo, foram usadas "quantidades diferentes das preconizadas pelo uso comumente e, portanto, não são conclusivos". Neste caso, outros estudos seriam necessários para apontar eventuais riscos aos usuários.

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Fonte: Nature Medicine e Cleveland Clinic