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75% das crianças com síndrome inflamatória grave não têm sintomas de COVID-19

Por| Editado por Luciana Zaramela | 07 de Abril de 2021 às 17h00

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Mladen Borisov/Unsplash
Mladen Borisov/Unsplash

De acordo com um estudo publicado nesta terça (6) na JAMA Pediatrics, 75% das crianças com  Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) não apresentaram sintomas de COVID-19 no momento da infecção, mas de duas a cinco semanas depois, ficaram doentes a ponto de serem hospitalizados com a doença. Liderado por pesquisadores dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, o estudo envolveu mil crianças. 

O estudo acredita que a maioria dos casos de SIM-P resultem de COVID-19 leve ou assintomática,  seguida por uma resposta hiperinflamatória que parece ocorrer quando os organismos dos pacientes produziram seu nível máximo de anticorpos contra o vírus.

Os resultados do estudo mostram que, embora a síndrome seja rara, pode ser grave. Os dados do CDC incluíram apenas pacientes hospitalizados, e 58% das crianças precisaram de tratamento em unidades de terapia intensiva (UTIs). Além disso, muitas tiveram problemas cardíacos significativos: 50% delas desenvolveram quadros de pressão baixa, 37% desenvolveram choque cardiogênico e 31% tiveram alguma disfunção cardíaca.

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Segundo a análise, uma porcentagem significativamente maior de pacientes que não tinham sintomas de COVID-19 passou por esses problemas cardíacos, em comparação com aqueles que tiveram sintomas iniciais de COVID-19.

Os especialistas apontaram que 86% dos pacientes tinham menos de 15 anos, e que aqueles com menos de 5 anos tinham o menor risco de complicações cardíacas graves e a menor propensão a precisar da UTI. Já pacientes com 10 anos ou mais eram significativamente mais propensos a desenvolver problemas como choque, pressão arterial baixa e inflamação do músculo cardíaco.

Foram registrados 24 óbitos, e os médicos e pesquisadores relataram que os jovens com SIM-P eram previamente saudáveis. O estudo ainda documentou duas ondas de casos da síndrome. “O terceiro pico mais recente da pandemia parece estar levando a outro pico de SIM-P, talvez envolvendo comunidades urbanas e rurais”, escreveram os autores.

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O estudo deixou de lado cerca de 350 casos que seguiram os critérios para definir a síndrome, mas tiveram um teste de anticorpos negativo ou envolveram principalmente sintomas respiratórios. Segundo os autores, há muitos casos prováveis ​​de SIM-P que não são relatados ao CDC porque não atendem a todos os critérios oficiais.

Fonte: JAMA Pediatrics via The New York Times