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505 dias de covid: paciente de Londres bate recorde da infecção mais longa

Por| Editado por Luciana Zaramela | 22 de Abril de 2022 às 15h05

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DC_Studio/Envato Elements
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Até onde se sabe, o caso mais longo da covid-19 foi anunciado por pesquisadores do Reino Unido: um paciente de Londres permaneceu infeccioso por 505 dias. Infelizmente, o indivíduo, que não teve o nome e nem a idade revelado, faleceu em decorrência da infecção e de outras complicações de saúde que já possuía.

Anteriormente, sabia-se que o caso mais longo de covid-19 durou 335 dias. No Brasil, uma equipe de médicos e cientistas da Universidade de São Paulo (USP) chegou a relatar o caso de um paciente permaneceu com a infecção ativa do coronavírus SARS-CoV-2 por 232 dias.

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Ainda inédito, o estudo sobre o paciente de Londres que bateu o recorde da infecção mais duradoura da covid-19 será apresentado no Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas (Ecccmid). O evento acontecerá em Portugal, durante os dias 23 e 26 de abril.

Na ocasião, os pesquisadores do King’s College London e do Guy’s and St Thomas’ NHS Foundation Trust apresentarão o caso do paciente de Londres. Além disso, vão explicar o porquê de alguns pacientes desenvolverem infecções tão longas do vírus da covid-19.

Estudo que descobriu o paciente de Londres

No estudo do paciente de Londres, a equipe de pesquisadores acompanhou o desenvolvimento da infecção do coronavírus em nove indivíduos imunocomprometidos. Em outras palavras, pessoas que por algum motivo possuem um sistema imunológico que funciona de forma menos eficaz.

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Segundo os autores do estudo, estes pacientes foram acompanhados entre março de 2020 e dezembro de 2021. Em geral, a causa do sistema imunológico enfraquecido estava relacionado com um dos seguintes quadros:

  • Transplante de órgãos;
  • HIV;
  • Câncer;
  • Resposta a determinados tratamentos médicos.

As infecções do vírus da covid-19 persistiram por 73 dias, em média, nos pacientes imunocomprometidos acompanhados. No entanto, dois voluntários desenvolveram infecções altamente persistes. Além do caso de 505 dias, um outro paciente já superou 412 dias com esta doença ativa.

No processo de análise dos casos, os autores sugerem que a pesquisa atesta a possibilidade de novas variantes do coronavírus surgirem em pacientes com estas limitações no sistema imune. Isso porque os indivíduos "permitem" que uma infinidade de replicações virais ocorra, o que favorece a formação de mutações positivas para os agentes infecciosos.

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Nascimento de novas variantes da covid

Além de acompanhar a duração dos casos da covid-19, os cientistas coletaram amostras regulares dos pacientes que passaram pelo sequenciamento genético — teste que permite detectar mutações no genoma do vírus e identificar se elas já foram observadas em outras variantes.

Segundo os autores, cinco dos nove pacientes desenvolveram pelo menos uma mutação observada em Variantes de Preocupação (VOC) já conhecidas. Inclusive, alguns voluntários desenvolveram múltiplas mutações associadas a estas variantes, como a Delta (B.1.671.2) e a Ômicron (BA.1). No entanto, um dos casos chamou ainda mais a atenção: um indivíduo carregava 10 mutações que já foram associadas a diferentes VOC.

“Isso fornece evidências de que mutações encontradas em Variantes de Preocupação podem surgir em pacientes imunocomprometidos e, portanto, apoia a ideia de que novas variantes do vírus podem se desenvolver em indivíduos imunocomprometidos", explicam os pesquisadores, em comunicado.

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“É importante notar, no entanto, que nenhum dos indivíduos em nosso trabalho desenvolveu novas variantes que se tornaram Variantes de Preocupação", ressaltam os autores. “Além disso, embora este trabalho mostre que variantes podem surgir em indivíduos imunocomprometidos, ainda não se sabe se as variantes anteriores, como a Delta e a Ômicron, surgiram dessa maneira”, completam.

Fonte: Eccmid