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4 perguntas sobre covid longa ainda sem respostas

Por| Editado por Luciana Zaramela | 31 de Março de 2022 às 13h30

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Jakob Rosen/Unsplash
Jakob Rosen/Unsplash

O coronavírus SARS-CoV-2 foi descoberto no final de 2019 e, desde então, a ciência aprendeu muito sobre a doença, mas isso não significa que todas as perguntas foram respondidas. Quando se trata da covid longa — a síndrome também conhecida como pós-covid —, muitas respostas ainda são esperadas, como quais devem ser os melhores tratamentos para os pacientes que convivem com as sequelas da doença.

"A condição pós-covid ocorre em indivíduos com histórico de infecção por SARS CoV-2 provável ou confirmada, geralmente três meses após o início da covid-19 sintomática, e que duram pelo menos dois meses", afirma a Organização Mundial da Saúde (OMS). Os sintomas podem surgir após o final da infecção ou podem persistir desde o início da doença.

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1. Exames detectam a covid longa?

No momento, ainda não existem exames específicos para identificar casos da covid longa. Um dos motivos é diversidade de possíveis sequelas que o coronavírus pode deixar nos pacientes. No entanto, mesmo que pesquisas apontem para possíveis estratégias de identificação — como biomarcadores específicos —, poucas iniciativas avançaram para solucionar este problema.

Pequenos coágulos pode ser um identificador

Entre as pesquisas promissoras, está o estudo da Universidade de Stellenbosch, na África do Sul. Os cientistas identificaram que, no sangue de pessoas que sofrem de pós-covid, existiam pequenos coágulos e que estes se prendiam em proteínas envolvidas com o processo de coagulação do sangue, mas que estavam em atividade disfuncional. São os casos do fibrinogênio e da α2AP.

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Segundo os autores do estudo, a presença dos coágulos persistentes e de plaquetas hiperativadas eram responsáveis por estimular ainda mais a formação de novos coágulos e a de causar problemas vasculares. Em casos avançados, a situação dificulta que outras células saudáveis recebam oxigênio, o que pode ter diferentes impactos na saúde dos pacientes.

Nestes casos, um hemograma poderia fornecer um biomarcador crítico para a covid longa e, potencialmente, pode ajudar outras pessoas na mesma situação.

2. A população conhece os riscos da condição?

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No momento, parcela significativa da população ainda desconhece que a covid-19 pode gerar sequelas duradouras ou permanentes nos indivíduos, após a recuperação. Para reverter isso, autoridades de saúde deveriam organizar campanhas públicas alertam também sobre os riscos da covid longa.

Segundo a OMS, a síndrome atinge aproximadamente entre 10% a 20% dos pacientes que tiveram a infecção original. Neste aspecto, a organização ainda lembra que "qualquer pessoa que fique doente com a covid-19 pode desenvolver uma condição pós-covid".

Além disso, "não parece haver uma relação entre a gravidade inicial da infecção pela covid-19 e a probabilidade de desenvolver uma condição pós-covid", completa a OMS. No caso da Ômicron (BA.1) e da subvariante BA.2, ainda são estudados os riscos relacionados.

3. Existem tratamentos para o pós-covid?

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De forma semelhante ao que acontece com o diagnóstico, também não existem tratamentos específicos para a covid longa. Por outro lado, estudos inicias já identificaram possíveis terapias para algumas das anormalidades biológicas, como persistência viral, desregulação imunológica, disfunção endotelial, autoanticorpos e os microcoágulos mencionados. Todavia, novamente, a maior parte do conhecimento ainda está na etapa de validação.

Descobertas iniciais

No caso dos pequenos coágulos, a equipe de cientistas sul-africanos sugere o uso de medicamentos antiplaquetários e anticoagulantes para pacientes com pós-covid, desde que recebam acompanhamento médico regular para reduzir possíveis danos. Apesar disso, os autores admitem que mais estudos ainda são necessários, já que a explicação descoberta pode não ser a única relacionada a essa condição.

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Além disso, pesquisadores da Universidade da Califórnia em Irvine (UCI), nos Estados Unidos, apontaram que antialérgicos poderiam ser uma possível forma de melhorar os sintomas da covid longa. No relato de caso, a equipe afirmou que o tratamento gerou efeitos positivos em dois pacientes que sofriam com as sequelas da covid-19.

4. Governos devem ajudar quem teve sequelas da covid?

De forma paralela a essas questões médicas, é necessário pensar em como os governos e sistemas públicos devem auxiliar aqueles pacientes que desenvolveram sequelas permanentes na pós-covid e que, por isso, não conseguem realizar mais atividades que faziam antes, como praticar exercícios na mesma intensidade ou trabalhar.

"Não tenho ideia do que vou fazer", afirma Charlie McCone, um dos pacientes que desenvolveu a covid longa, em artigo para o jornal The Guardian. "Já se passaram dois anos e ainda não me recuperei. Não posso trabalhar nem sair de casa", conta. Inclusive, ele é um dos milhares de pacientes que aguardam e pedem pelas respostas para as quatro perguntas apresentadas no texto.

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Fonte: OMS The Guardian